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China reduz crescimento no terceiro trimestre por problemas do setor imobiliário e frágil produção industrial

PIB do gigante asiático teve uma expansão interanual de 4,9% no terceiro trimestre, abaixo dos 7,1% do período anterior. A melhoria pós-pandemia começa a dar sinais de arrefecimento

Construção de edifícios residenciais em Pequim.
Construção de edifícios residenciais em Pequim.TINGSHU WANG (Reuters)
Macarena Vidal Liy

A recuperação econômica da China após a pandemia está perdendo fôlego, devido aos problemas no setor imobiliário, aos cortes e racionamentos elétricos e a vários focos de covid-19 detectados em diversas províncias. O PIB da segunda maior potência mundial cresceu 4,9% no terceiro trimestre deste ano com relação ao mesmo período de 2020. O resultado é bem inferior aos 7,9% obtidos no segundo trimestre e também do consenso dos analistas para o período, já que eles antecipavam uma alta em torno de 5,2%. É o crescimento mais baixo desde o terceiro trimestre de 2020.

Com relação ao trimestre anterior, a expansão da atividade foi de apenas 0,2%, contra 1,3% entre abril e julho, segundo os dados divulgados nesta segunda-feira pelo Escritório Nacional de Estatísticas.

A China, país que detectou os primeiros casos de covid-19, foi também a primeira grande economia a iniciar a recuperação econômica depois dos estragos da crise sanitária, mas a melhoria começa a dar sinais de arrefecimento, prejudicada pela preocupação no setor habitacional, pelo consumo que não decola de vez, pelos altos preços das matérias-primas e pela fragilidade da produção industrial. Também passa fatura o incerto futuro da incorporadora Evergrande, a segunda maior do país e a mais endividada do mundo – mais de 300 bilhões de dólares em empréstimos a pagar. Há muita preocupação de que sua situação contamine o conjunto dos setores imobiliário e financeiro.

A produção industrial cresceu 3,1% em setembro com relação ao mesmo mês do ano anterior, aquém das expectativas e dos 5,3% registrados em agosto. As vendas no varejo foram um pouco melhor, crescendo 4,4% em setembro em relação ao ano anterior. Esse aumento contrasta com a alta de 2,5% em agosto, quando o consumo ainda estava sendo penalizado pelas medidas de controle sanitário para sufocar os focos de covid-19 em algumas províncias chinesas.

“A economia nacional em geral manteve o ímpeto de recuperação dos três primeiros trimestres”, disse a jornalistas Fu Linghui, porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas, acrescentando que no entanto “é preciso mencionar que as incertezas crescem no panorama internacional atual, e que a recuperação interna continua sendo instável e desigual”.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, tentou lançar na quinta-feira passada uma mensagem de confiança na economia nacional, ao assegurar em um discurso que o Governo cumprirá suas metas de desenvolvimento para este ano. Pequim fixou como objetivo para 2021 um crescimento acima de 6%. Segundo Li, o país conta com diversas ferramentas “adequadas” para fazer frente aos desafios, apesar do crescimento mais lento.

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