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Crise do coronavírus faz até a Duralex quebrar

Empresa francesa de 75 anos, famosa pelas louças resistentes, entra em processo de recuperação judicial. Segundo a direção, pandemia agravou problemas financeiros. Marca no Brasil não é afetada

Pratos, xícaras e travessas da marca Duralex.
Pratos, xícaras e travessas da marca Duralex.
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NEW YORK, NEW YORK - AUGUST 27: Times Square sits empty as the city continues Phase 4 of re-opening following restrictions imposed to slow the spread of coronavirus on August 27, 2020 in New York City. The fourth phase allows outdoor arts and entertainment, sporting events without fans and media production. (Photo by Noam Galai/Getty Images)
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A empresa francesa Duralex, cujas louças resistentes são um clássico em muitos lares do mundo, inclusive no Brasil, enfim se quebrou. Segundo a imprensa francesa, a empresa se submete a um procedimento de recuperação judicial desde quarta-feira passada. A companhia arrasta problemas financeiros desde 2017, quando inaugurou um novo forno com o qual pretendia relançar sua produção, para depois se ver obrigada a reduzi-la devido ao mau funcionamento da nova instalação.

Contudo, segundo a direção da Duralex, a causa maior é a crise do coronavírus. “Perdemos cerca de 60% do faturamento como resultado da queda nas exportações, que representam 80% de nossa atividade”, afirmou o presidente da empresa, Antoine Ioannidès, ao jornal Le Monde. O executivo acrescentou que os 248 funcionários continuam recebendo salários, já que a fábrica mantém as atividades.

O problema da empresa francesa não afeta a marca no Brasil, destaca em nota a empresa Nadir Figueiredo. “A marca Duralex, no Brasil e demais países da América do Sul, pertence à Nadir Figueiredo, empresa brasileira consolidada há mais de 108 anos no mercado, e reforça que trata-se de uma marca sólida, tradicional e que continuará a ser comercializada normalmente nestes países”, informou empresa. “Tanto a operação, quanto os produtos – Duralex e Duralex Opaline - não possuem qualquer relação com a Duralex Internacional, que recentemente teve o pedido de falência decretada na França”, completa a nota.

Com sede em La Chapelle-Saint-Mesmin (centro da França), a Duralex francesa não esteve alheia a problemas financeiros em seus mais de 75 anos de história. Embora a fábrica original já existisse, a marca Duralex surgiu em 1945, o ano em que a Segunda Guerra Mundial terminou, pelas mãos do grupo industrial Saint-Gobain. Viveu seu esplendor nas décadas de 1960 e 70 (época que, também no Brasil, foi associada a seus copos e pratos que pareciam inquebráveis) e ficaria nas mãos do mesmo dono até 1997. Então com mais de 1.000 funcionários, foi vendida a um grupo italiano que em 2005 se desfaria do negócio em favor de um empresário turco. Dois anos depois, a segunda fábrica da firma na França, construída na época do apogeu e que dava emprego a mais de 100 pessoas, teve que fechar.

Em 2008, assolada por dívidas, a Duralex trocou o comando, com a ideia de recuperá-la. Tinha na época 260 funcionários. Durante uma década parecia ter entrado nos trilhos, e em 2017 inaugurou um novo forno, que deveria substituir o velho, com um investimento que alcançava oito milhões de euros (51,8 milhões de reais, pelo câmbio atual). Mas o endividamento, os problemas iniciais da nova instalação, que impediram de situar a produção nos níveis previstos durante um ano, e finalmente a queda de vendas provocada pela pandemia puseram de novo a Duralex a sérias dificuldades. Tutelada pelo Tribunal de Comércio de Orleans, a empresa inicia agora um período de seis meses de observação que será fundamental para averiguar se, como a lenda que acompanha seus produtos, ela é capaz de resistir a esta nova queda, ou se o vírus finalmente deixará a Duralex em pedaços.

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