Nobel de Física vai para cientistas que estudam buracos negros, os “segredos mais escuros do universo”
Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez são os vencedores da edição 2020 do prêmio; Ghez é a quarta mulher a receber o Nobel de Física desde 1901
O britânico Roger Penrose, o alemão Reinhard Genzel e a norte-americana Andrea Ghez são os vencedores do prêmio Nobel de Física de 2020, anunciou a Real Academia de Ciências da Suécia na manhã desta terça-feira. Os três estudam buracos negros. O primeiro receberá a metade do prêmio “por descobrir que a formação de buracos negros é uma previsão robusta da teoria geral da relatividade”. Os outros dois compartilham a outra metade “por descobrirem um objeto compacto supermaciço no centro da nossa galáxia”.
O prêmio Nobel de Física deste ano tem relação com “os segredos mais escuros do universo”, resumiu Göran Hansson, secretário-geral da Real Academia Sueca, se referindo aos buracos negros. A teoria geral da relatividade de Albert Einstein prediz a existência de corpos desse tipo, tão densos e com tanta massa, que sua força gravitacional engole tudo o que se aproxima além de seu horizonte de eventos, o ponto de não retorno à frente do qual nada, nem sequer a luz, pode escapar ao seu empuxo. Apesar disto, Einstein duvidava de que corpos assim pudessem realmente existir.
O que é um buraco negro? “Não sabemos”, afirmou Ghez por telefone durante o ato de anúncio dos prêmios. “E o fato de não sabermos o que há dentro deles é parte da intriga que nos faz avançar na tarefa de entender o mundo físico”, acrescentou a astrônoma norte-americana, que é a quarta mulher a ganhar um Nobel de Física desde a criação do prêmio em 1901, depois de Marie Curie (1903), Maria Goeppert-Mayer (1963) e Donna Strickland (2018). “Espero que isto possa inspirar outras mulheres a entrarem neste campo”, acrescentou Ghez, ao ser questionada por jornalistas.
Neste ano, a dotação dos prêmios Nobel subiu para 10 milhões de coroas suecas (6,25 milhões de reais), devido à boa situação financeira da Fundação Nobel, criada em 1900 por desejo póstumo do magnata sueco Alfred Nobel, inventor da dinamite.
No ano passado receberam o prêmio Michel Mayor, Didier Queloz e James Peebles. Os dois primeiros foram os responsáveis pelo descobrimento dos primeiros planetas fora do sistema solar. O terceiro é um dos pais das teorias cosmológicas que explicam como o universo surgiu e qual foi sua evolução. Em seu anúncio em Estocolmo naquela ocasião, a academia sueca justifica a atribuição do prêmio pelas contribuições dos cientistas ao conhecimento humano sobre a evolução do cosmos e o lugar que a Terra ocupa dentro dele.
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