Banco Central da Venezuela reconhece que o PIB caiu 52% sob Maduro
Após quatro anos de silêncio estatístico, instituição divulga os indicadores que confirmam a recessão contínua no país petroleiro desde muito antes das sanções dos EUA
Desde 2015 o Banco Central da Venezuela (BCV) não publicava seus indicadores econômicos. Nesta terça-feira, os dados que sistematicamente eram ocultados apareceram no site da instituição, revelando uma queda de 52,3% no produto interno bruto (PIB) desde 2013, quando Nicolás Maduro foi eleito presidente.
O BCV aponta que a inflação alcançou 130.060% em 2018, a cifra mais alta na história recente do país. Em 2017, situou-se no 862,6%, depois de registrar 274,4% em 2016 e 180,9% em 2015. Os números, entretanto, encontram-se muito abaixo das estimativas da Assembleia Nacional, de consultorias independentes e de organismos multilaterais que calcularam a alta de preços do ano passado em mais de 1.700.000% (1,7 milhão por cento) e preveem que ela irá ultrapassar 10.000.000% (10 milhões por cento) em 2019.
A informação divulgada de surpresa nesta terça inclui a balança de pagamentos da empresa estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) e as importações. Estas caíram de 57,18 bilhões de dólares em 2013 para 14,89 bilhões em 2018, um desmoronamento que começou bem antes de os Estados Unidos imporem sanções econômicas e petrolíferas ao país. A redução explica também o forte desabastecimento de bens que assola os venezuelanos. A curva coincide com a do rendimento das exportações petrolíferas, que caíram a um terço do que eram – de 85,6 bilhões de dólares em 2013 para 29,8 bilhões em 2018 –, por causa da abrupta diminuição na produção do petróleo bruto em decorrência da má gestão e corrupção na estatal. Neste ano, a produção de petróleo na Venezuela caiu ao seu mínimo histórico: 740.000 barris por dia, pela primeira vez abaixo da Colômbia, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
O relatório do BCV desenha uma economia totalmente arruinada. Segundo a instituição, o setor da construção civil caiu 95% entre o terceiro trimestre de 2013 e o terceiro trimestre de 2018, a indústria se contraiu 76%, e o comércio e instituições financeiras recuaram 79%. De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira, no final de 2018 esse colapso se acelerou.
A reiterada desculpa de Nicolás Maduro para justificar a profunda crise na Venezuela, que também se expressa no aumento da pobreza e do desemprego após 18 meses de hiperinflação, é a “guerra econômica” que os Estados Unidos e outros países não alinhados a seu Governo estariam travando contra o país e o seu mandato.
Quanto à inflação acumulada nos primeiros quatro meses de 2019, o regime de Maduro tem uma estimativa pior que a da Assembleia Nacional, que a calculou em 666%, enquanto o BCV a situou em mais de 1.047%.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.