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A cidade cantada Do cruzamento da Ipiranga com a Avenida São João, passando pela Rua Augusta, até o Grajaú, listamos as canções mais icônicas para celebrar os 465 anos de São Paulo Entre os compositores mais conhecidos, Itamar Assumpção foi quem fez mais canções sobre São Paulo: 25 músicas, uma a mais que Adoniran Barbosa. Em 'Sampa Midnight', com uma suave melodia de violão e sax, ele conta a noitada de três amigos embriagados na maior avenida da cidade, passando pelo Parque Trianon e o vão do Masp. Diego Padgurshi Quase nenhum paulista chama São Paulo de “Sampa”. Mas para o baiano Caetano Veloso este é o apelido oficial da cidade. 'Sampa' se tornou o hino de São Paulo. Aquela música que toca em todos os shows de aniversário da terra da garoa. Mas é que alguma coisa acontece mesmo no coração quando “se cruza a Ipiranga e a avenida São João”. Diego Padgurshi Duas décadas depois de Mano Brown escancarar as feridas da periferia paulista para o Brasil todo, Criolo surge na cena como o novo sucesso do rap, mostrando que, apesar de as coisas terem melhorado nos últimos 20 anos, no extremo sul elas não estão tão diferentes assim. 'Grajauex' é outra das músicas que homenageiam São Paulo. Diego Padgurshi O alegre pandeiro de Jackson do Pandeiro, o Rei do Ritmo, dá a melodia para contar a triste sina de muitos migrantes que chegam à cidade em busca de trabalho. Depois de mais um dia sem conseguir nada, o protagonista da música 'Enxoval' dorme “ao relento”, no frio de São Paulo, “na porta do Municipal”. Diego Padgurshi Na canção 'As minas de Sampa', Rita Lee, paulista da Vila Mariana, Rita Lee, provoca as mulheres de São Paulo, que são branquelas, já que a praia da cidade é o Ibirapuera. Diego Padgurshi O marco zero de São Paulo estava mudando em 1978. Ganhou, naquele ano, uma estação de metrô e ficou mais moderno. Um nostálgico Adoniran Barbosa fala da novidade: “É o progresso, é o progresso (...) Você está bonita por baixo/
Só indo lá pra ver/Mas não vá sozinho, meu senhor/Que o senhor vai se perder” aconselhava. Diego Padgurshi Um clássico dos clássicos. Adoniran Barbosa, no final da década de 1950, criou os versos que mostravam a aflição de um apaixonado que dependia do transporte público para voltar para casa. Foi em 1964 que o grupo Demônios da Garoa gravou 'Trem das Onze' e deixou bem claro que São Paulo não é o túmulo do samba. Diego Padgurshi Década de 1960: a Augusta era uma brasa, mora? Era ali, em meio às lojas de grife da cidade, que a juventude se encontrava para paquerar os brotinhos. Ok, ok, vamos parar com as gírias da época... Mesmo porque não tem nada que represente melhor esse espírito do que a canção 'Rua Augusta', gravada pela primeira vez por Ronnie Cord e popularizada por Roberto e Erasmo Carlos e muitos outros artistas. Diego Padgurshi Quase sempre é assim: Tom Zé começa a cantar 'Augusta, Angélica e Consolação' em um show e, no meio, pede para a banda parar e voltar a cantar “um dos versos mais bonitos” que ele já fez. E não tem como não se arrepiar. Este é, talvez, um dos versos mais bonitos da música brasileira de todos os tempos: “Quando eu vi, que o Largo dos Aflitos não era bastante largo para caber minha aflição/ Eu fui morar na estação da Luz porque estava tudo escuro dentro do meu coração”. Diego Padgurshi “Tô chegando na Cohab/pra curtir minha galera”. A Companhia de Habitação Popular de São Paulo ficou famosa em todo o país na voz de Netinho de Paula, que plasmou na letra a alegria das rodas de samba nas comunidades periféricas da cidade. Diego Padgurshi