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O refúgio dos que não querem ser soldados
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O refúgio dos que não querem ser soldados

A ilha Longo se tornou em esconderijo para os pescadores em Haute-Kotto, uma região da República Centro-Africana onde sequestros e alistamentos forçados são comuns

República Centro-Africana
  • Um dos pescadores refugiados de Mobaye joga as redes no rio Oubangui, na ilha Longo, distrito de Damara, no dia 28 de fevereiro de 2018. A Ilha Longo, assim como outros povoados ao redor do rio Oubangui, tornou-se refugio para os pescadores de Haute-Kotto. Eles fogem dos Anti-Balaka (anti-machete ou anti-espada, em português), termo utilizado para se referir às milícias cristãs formadas na República Centro-Africana após a ascensão ao poder de Michel Djotodia. Djotodia era o líder da coalizão rebelde de maioria muçulmana conhecida como Séléka que derrubou François Bozizé durante o conflito em março de 2013. As mílicias cristãs são acusadas de sequestrarem e obrigarem pessoas a se converter em combatentes, marcando-os com escarificações rituais.
    1Um dos pescadores refugiados de Mobaye joga as redes no rio Oubangui, na ilha Longo, distrito de Damara, no dia 28 de fevereiro de 2018. A Ilha Longo, assim como outros povoados ao redor do rio Oubangui, tornou-se refugio para os pescadores de Haute-Kotto. Eles fogem dos Anti-Balaka (anti-machete ou anti-espada, em português), termo utilizado para se referir às milícias cristãs formadas na República Centro-Africana após a ascensão ao poder de Michel Djotodia. Djotodia era o líder da coalizão rebelde de maioria muçulmana conhecida como Séléka que derrubou François Bozizé durante o conflito em março de 2013. As mílicias cristãs são acusadas de sequestrarem e obrigarem pessoas a se converter em combatentes, marcando-os com escarificações rituais.
  • Pescador refugiado em Mobaye mostra as cicatrizes deixadas pelos rituais dos Anti-balaka na ilha Longo, no distrito de Damara, em 28 de fevereiro de 2018. A República Centro-Africana, com 4,6 milhões de habitantes, é o último país do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, isto é, o mais pobre do mundo.
    2Pescador refugiado em Mobaye mostra as cicatrizes deixadas pelos rituais dos Anti-balaka na ilha Longo, no distrito de Damara, em 28 de fevereiro de 2018. A República Centro-Africana, com 4,6 milhões de habitantes, é o último país do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, isto é, o mais pobre do mundo. AFP
  • Foto tirada em 28 de março de 2018 mostra a República Centro-Africana a partir das margens do Rio Oubangui, em Longo, distrito de Damara. Os Anti-balaka são uma milícia que se opõe aos rebeldes Séléka e que costumam ser chamados de combatentes cristãos, uma ideia que a Igreja Católica rejeita. O monsenhor Juan José Aguirre, bispo de Bangassou, na RCA, confirmou em várias ocasiões que eles são grupos armados de autodefesa que no passado foram vítimas da Séléka, a guerrilha opositora.
    3Foto tirada em 28 de março de 2018 mostra a República Centro-Africana a partir das margens do Rio Oubangui, em Longo, distrito de Damara. Os Anti-balaka são uma milícia que se opõe aos rebeldes Séléka e que costumam ser chamados de combatentes cristãos, uma ideia que a Igreja Católica rejeita. O monsenhor Juan José Aguirre, bispo de Bangassou, na RCA, confirmou em várias ocasiões que eles são grupos armados de autodefesa que no passado foram vítimas da Séléka, a guerrilha opositora. AFP
  • Vários refugiados recolhem redes de pesca. O conflito na República Centro-Africana tem como principais atores a coalizão rebelde Séléka, o exército do Governo e a milícia Anti-balaka. Parte dos primeiros são ex-combatentes da guerra, que acusam o presidente François Bozizé de violar os tratados de paz de 2007.
    4Vários refugiados recolhem redes de pesca. O conflito na República Centro-Africana tem como principais atores a coalizão rebelde Séléka, o exército do Governo e a milícia Anti-balaka. Parte dos primeiros são ex-combatentes da guerra, que acusam o presidente François Bozizé de violar os tratados de paz de 2007. AFP
  • Um pescador retira entranhas de um peixe na ilha Longo, em 1 de março de 2018. De acordo com as estatísticas da ACNUR, a agência de refugiados da ONU, em 2017, 688.700 pessoas da República Centro-Africana tiveram que migrar no interior do país para fugir de conflitos, o que representa um aumento de 60% em relação ao ano anterior.
    5Um pescador retira entranhas de um peixe na ilha Longo, em 1 de março de 2018. De acordo com as estatísticas da ACNUR, a agência de refugiados da ONU, em 2017, 688.700 pessoas da República Centro-Africana tiveram que migrar no interior do país para fugir de conflitos, o que representa um aumento de 60% em relação ao ano anterior. AFP
  • Um barco lotado cruza com dois pescadores. O número de refugiados centro-africanos nos países vizinhos aumentou 12% em relação a 2016, atingindo 542.380. Para um país com uma população de cerca de 4,6 milhões de pessoas, esses dados sobre deslocamento interno e refugiados representam um nível terrível de sofrimento, diz o ACNUR.
    6Um barco lotado cruza com dois pescadores. O número de refugiados centro-africanos nos países vizinhos aumentou 12% em relação a 2016, atingindo 542.380. Para um país com uma população de cerca de 4,6 milhões de pessoas, esses dados sobre deslocamento interno e refugiados representam um nível terrível de sofrimento, diz o ACNUR. AFP
  • Um pescador cego retorna ao trabalho. O recente recrudescimento da violência no noroeste do país forçou mais de 17 mil centro-africanos a fugirem para o vizinho Chade desde o final de dezembro de 2018, quase dez vezes mais do que em 2017.
    7Um pescador cego retorna ao trabalho. O recente recrudescimento da violência no noroeste do país forçou mais de 17 mil centro-africanos a fugirem para o vizinho Chade desde o final de dezembro de 2018, quase dez vezes mais do que em 2017. AFP
  • Matthias, um pescador refugiado, vai trabalhar no rio Oubangui. Neste momento, a comunidade humanitária estima que quase metade dos 4,6 milhões de centro-africanos sofrerá insegurança alimentar em 2018. No total, cerca de 2,5 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária.
    8Matthias, um pescador refugiado, vai trabalhar no rio Oubangui. Neste momento, a comunidade humanitária estima que quase metade dos 4,6 milhões de centro-africanos sofrerá insegurança alimentar em 2018. No total, cerca de 2,5 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária. AFP
  • Um pescador com cicatrizes deixadas pelo Anti-balaka conserta uma rede, na ilha Longo, no distrito de Damara, em 1º de março de 2018.
    9Um pescador com cicatrizes deixadas pelo Anti-balaka conserta uma rede, na ilha Longo, no distrito de Damara, em 1º de março de 2018. AFP
  • Um pescador cego submerge na água para tentar pescar mergulhando.
    10Um pescador cego submerge na água para tentar pescar mergulhando. AFP
  • O chefe dos pescadores da ilha Longo conduz seus colegas para uma zona onde é possível mergulhar para pescar.
    11O chefe dos pescadores da ilha Longo conduz seus colegas para uma zona onde é possível mergulhar para pescar. AFP
  • Pacome, como muitos outros centro-africanos, tornou-se pescador desde que se escondeu na ilha Longo. Em 2017, o pedido de fundos da ACNUR para a República Centro-Africana foi de 209,2 milhões de dólares (cerca de 171 milhões de euros), dos quais apenas 12% foram recebidos, ou seja, pouco mais de um dólar para cada 10 necessários.
    12Pacome, como muitos outros centro-africanos, tornou-se pescador desde que se escondeu na ilha Longo. Em 2017, o pedido de fundos da ACNUR para a República Centro-Africana foi de 209,2 milhões de dólares (cerca de 171 milhões de euros), dos quais apenas 12% foram recebidos, ou seja, pouco mais de um dólar para cada 10 necessários. AFP
  • Um dos pescadores conseguiu um peixe de bom tamanho. Em 2018, o orçamento da ACNUR para assistência a pessoas deslocadas e refugiados na República Centro-Africana é de 143,82 milhões de euros.
    13Um dos pescadores conseguiu um peixe de bom tamanho. Em 2018, o orçamento da ACNUR para assistência a pessoas deslocadas e refugiados na República Centro-Africana é de 143,82 milhões de euros. AFP
  • Foto da praça do mercado onde os comerciantes se reúnem semanalmente para vender alimentos às aldeias ilhadas em Longo. No rio Oubangi, comerciantes e pescadores estão sujeitos ao crime organizado da milícia Anti-balaka, que tem postos ao longo de todo o rio.
    14Foto da praça do mercado onde os comerciantes se reúnem semanalmente para vender alimentos às aldeias ilhadas em Longo. No rio Oubangi, comerciantes e pescadores estão sujeitos ao crime organizado da milícia Anti-balaka, que tem postos ao longo de todo o rio. AFP
  • O chefe do posto Anti-balaka armado e seu vice supervisionam a chegada dos navios em Zawara, distrito de Damara, em 1º de março de 2018.
    15O chefe do posto Anti-balaka armado e seu vice supervisionam a chegada dos navios em Zawara, distrito de Damara, em 1º de março de 2018. AFP
  • Canoas dos mercadores de Bangui atracadas em frente a ilha Longo para o dia da feira, no bairro de Damara, em 1º de março de 2018.
    16Canoas dos mercadores de Bangui atracadas em frente a ilha Longo para o dia da feira, no bairro de Damara, em 1º de março de 2018. AFP
  • Matthias, representante dos refugiados de Mobaye, responde a perguntas em uma canoa ancorada em frente a ilha de Longo no dia da feira, no distrito de Damara, em 1º de março de 2018.
    17Matthias, representante dos refugiados de Mobaye, responde a perguntas em uma canoa ancorada em frente a ilha de Longo no dia da feira, no distrito de Damara, em 1º de março de 2018. AFP