17 fotosO refúgio dos que não querem ser soldadosA ilha Longo se tornou em esconderijo para os pescadores em Haute-Kotto, uma região da República Centro-Africana onde sequestros e alistamentos forçados são comunsEl PaísRepública Centroafricana - 23 mar. 2018 - 14:43BRTWhatsappFacebookTwitterBlueskyLinkedinLink de cópiaUm dos pescadores refugiados de Mobaye joga as redes no rio Oubangui, na ilha Longo, distrito de Damara, no dia 28 de fevereiro de 2018. A Ilha Longo, assim como outros povoados ao redor do rio Oubangui, tornou-se refugio para os pescadores de Haute-Kotto. Eles fogem dos Anti-Balaka (anti-machete ou anti-espada, em português), termo utilizado para se referir às milícias cristãs formadas na República Centro-Africana após a ascensão ao poder de Michel Djotodia. Djotodia era o líder da coalizão rebelde de maioria muçulmana conhecida como Séléka que derrubou François Bozizé durante o conflito em março de 2013. As mílicias cristãs são acusadas de sequestrarem e obrigarem pessoas a se converter em combatentes, marcando-os com escarificações rituais.FLORENT VERGNESPescador refugiado em Mobaye mostra as cicatrizes deixadas pelos rituais dos Anti-balaka na ilha Longo, no distrito de Damara, em 28 de fevereiro de 2018. A República Centro-Africana, com 4,6 milhões de habitantes, é o último país do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, isto é, o mais pobre do mundo.FLORENT VERGNES (AFP)Foto tirada em 28 de março de 2018 mostra a República Centro-Africana a partir das margens do Rio Oubangui, em Longo, distrito de Damara. Os Anti-balaka são uma milícia que se opõe aos rebeldes Séléka e que costumam ser chamados de combatentes cristãos, uma ideia que a Igreja Católica rejeita. O monsenhor Juan José Aguirre, bispo de Bangassou, na RCA, confirmou em várias ocasiões que eles são grupos armados de autodefesa que no passado foram vítimas da Séléka, a guerrilha opositora.FLORENT VERGNES (AFP)Vários refugiados recolhem redes de pesca. O conflito na República Centro-Africana tem como principais atores a coalizão rebelde Séléka, o exército do Governo e a milícia Anti-balaka. Parte dos primeiros são ex-combatentes da guerra, que acusam o presidente François Bozizé de violar os tratados de paz de 2007.FLORENT VERGNES (AFP)Um pescador retira entranhas de um peixe na ilha Longo, em 1 de março de 2018. De acordo com as estatísticas da ACNUR, a agência de refugiados da ONU, em 2017, 688.700 pessoas da República Centro-Africana tiveram que migrar no interior do país para fugir de conflitos, o que representa um aumento de 60% em relação ao ano anterior.FLORENT VERGNES (AFP)Um barco lotado cruza com dois pescadores. O número de refugiados centro-africanos nos países vizinhos aumentou 12% em relação a 2016, atingindo 542.380. Para um país com uma população de cerca de 4,6 milhões de pessoas, esses dados sobre deslocamento interno e refugiados representam um nível terrível de sofrimento, diz o ACNUR.FLORENT VERGNES (AFP)Um pescador cego retorna ao trabalho. O recente recrudescimento da violência no noroeste do país forçou mais de 17 mil centro-africanos a fugirem para o vizinho Chade desde o final de dezembro de 2018, quase dez vezes mais do que em 2017.FLORENT VERGNES (AFP)Matthias, um pescador refugiado, vai trabalhar no rio Oubangui. Neste momento, a comunidade humanitária estima que quase metade dos 4,6 milhões de centro-africanos sofrerá insegurança alimentar em 2018. No total, cerca de 2,5 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária.FLORENT VERGNES (AFP)Um pescador com cicatrizes deixadas pelo Anti-balaka conserta uma rede, na ilha Longo, no distrito de Damara, em 1º de março de 2018.FLORENT VERGNES (AFP)Um pescador cego submerge na água para tentar pescar mergulhando.FLORENT VERGNES (AFP)O chefe dos pescadores da ilha Longo conduz seus colegas para uma zona onde é possível mergulhar para pescar.FLORENT VERGNES (AFP)Pacome, como muitos outros centro-africanos, tornou-se pescador desde que se escondeu na ilha Longo. Em 2017, o pedido de fundos da ACNUR para a República Centro-Africana foi de 209,2 milhões de dólares (cerca de 171 milhões de euros), dos quais apenas 12% foram recebidos, ou seja, pouco mais de um dólar para cada 10 necessários.FLORENT VERGNES (AFP)Um dos pescadores conseguiu um peixe de bom tamanho. Em 2018, o orçamento da ACNUR para assistência a pessoas deslocadas e refugiados na República Centro-Africana é de 143,82 milhões de euros.FLORENT VERGNES (AFP)Foto da praça do mercado onde os comerciantes se reúnem semanalmente para vender alimentos às aldeias ilhadas em Longo. No rio Oubangi, comerciantes e pescadores estão sujeitos ao crime organizado da milícia Anti-balaka, que tem postos ao longo de todo o rio.FLORENT VERGNES (AFP)O chefe do posto Anti-balaka armado e seu vice supervisionam a chegada dos navios em Zawara, distrito de Damara, em 1º de março de 2018.FLORENT VERGNES (AFP)Canoas dos mercadores de Bangui atracadas em frente a ilha Longo para o dia da feira, no bairro de Damara, em 1º de março de 2018.FLORENT VERGNES (AFP)Matthias, representante dos refugiados de Mobaye, responde a perguntas em uma canoa ancorada em frente a ilha de Longo no dia da feira, no distrito de Damara, em 1º de março de 2018.FLORENT VERGNES (AFP)