Pérolas do cinema nacional saídas de festivais para assistir em 2018

Três especialistas fazem uma seleção exclusiva para o EL PAÍS. Algumas produçoes já passaram pelo circuito comercial, outros você verá apenas no ano que vem na tela grande

'As Boas Maneiras', um dos filmes selecionadosDivulgação

O cinema nacional tem produzido cada vez mais, mas nem sempre é fácil acompanhar o que há de novidade. A maior parte dos filmes acaba demorando para entrar no circuito comercial, por isso muito do que você vai assistir no ano que vem, foi feito, na realidade, em 2017. Para você não ficar perdido, o EL PAÍS pediu para três críticos e curadores escolherem os principais lançamentos deste ano e a gente explica para você se o filme já entrou em cartaz, quando entrará e como você pode fazer para assisti-lo.

Adriano Garrett é jornalista e responsável pelo site Cine Festivais, voltado para cobertura de mostras, festivais e eventos voltados para o cinema nacional. Sua seleção de filmes está abaixo.

  • Arábia, de Affonso Uchoa e João Dumans. O filme se desenrola a partir do caderno de Cristiano, um operário de uma siderúrgica na cidade histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais.Vencedor do prêmio de melhor filme do Festival de Brasília, o longa-metragem deve estrear no circuito comercial entre o final de março e o começo de abril de 2018, ainda sem data definitiva. 
  • As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra. O longa-metragem de terror ambientado em São Paulo dá uma leitura nova para o mito do lobisomem. Vencedor de melhor filme do Festival do Rio, As Boas Maneiras deve estrear no circuito comercial entre o final de março e o começo de abril de 2018, ainda sem data definitiva.
  • A Cidade onde Envelheço, de Marília Rocha. A trama se desenrola a partir do convívio de duas amigas portuguesas em um apartamento em Belo Horizonte. Francisca, vivendo no Brasil, desocupa um quarto de sua casa para receber a amiga Teresa. Apesar de ter entrado em circuito no começo de 2017, o filme foi vencedor do Festival de Brasília em 2016. Ainda é possível encontrá-lo em algumas salas de cinema e ele também está disponível para aluguel no Youtube.
  • Martírio, de Vincent Carelli em codireção com Ernesto de Carvalho e Tita. Documentário aborda a história e resistência dos índios Guarani Kaiowá para preservar sua cultura e terras. Vencedor do prêmio de melhor filme pelo júri popular no Festival de Brasília em 2016, o longa-metragem entrou em cartaz no começo de 2017. Agora, o documentário será lançado em uma plataforma online própria até janeiro de 2018 e, por enquanto, o DVD pode ser adquirido pelo e-mail olinda@videonasaldeias.org.br.
  • No Intenso Agora, de João Moreira Salles. O documentário retrata o movimento estudantil em Paris, a Primavera de Praga e a promulgação do AI-5, que marcou o início do período mais duro da Ditadura Militar brasileira. Vencedor de melhor documentário do Festival Internacional de Berlim, o filme ainda está em cartaz em algumas salas de cinema e será lançado em DVD em maio de 2018.

Amaranta Cesar é professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e curadora do CachoeiraDoc, festival de cinema da cidade de Cachoeira, distante 100 quilômetro da capital Salvador, que se tornou uma referência no mapa do audiovisual brasileiro. Sua seleção de filmes está abaixo.

  • Café com canela, de Ary Rosa e Glenda Nicácio. Ambientado na cidade de Cachoeira, na região do recôncavo baiano, o filme retrata a relação de duas mulheres, um professora, que perdeu um filho, e uma ex-aluna. O longa-metragem ganhou o prêmio de melhor filme do júri popular no Festival de Brasília deste ano e deve entrar em cartaz até abril de 2018, ainda sem data definitiva.
  • Ava Yvy Vera - A Terra do Povo do Raio, de Genito Gomes, Valmir Gonçalves Cabreira, Jhonn Nara Gomes, Jhonatan Gomes, Edina Ximenez, Dulcídio Gomes, Sarah Brites e Joilson Brites. O filme foi realizado por um grupo de jovens e lideranças da tekoha Guaiviry, terra retomada no Mato Grosso. A exibição do documentário ficou restrita a poucas mostras e festivais. Por enquanto, para assistir ao filme é necessário acompanhar o calendário de mostras ligadas à questão indígena.
  • Arábia, de Affonso Uchoa e João Dumans (Sinopse e serviço acima)
  • Martírio, de Vincent Carelli em codireção com Ernesto de Carvalho e Tita (Sinopse e serviço acima)

Chico Fireman é jornalista e filiado à Associação Brasileira dos Críticos de Cinema. É um dos autores do livro "100 melhores filmes brasileiros" e mantém, desde 2003, o blog Filmes do Chico. Sua seleção de filmes está abaixo.

  • Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé. O filme, misto de documentário e ficção, acompanha a rotina de uma ocupação no centro da cidade de São Paulo. No mesmo prédio, convivem refugiados, imigrantes e famílias de baixa-renda que lutam pelo direito à moradia. Vencedor de melhor filme pelo júri popular da Mostra Internacional de Cinema de 2016, o longa-metragem ainda está em cartaz em algumas salas de cinema.
  • Comeback - Uma Matador Nunca se Aposenta, de Erico Rassi. O filme se desenrola a partir da história de Amador, um pistoleiro aposentado que sente saudades dos seus dias de glória, quando era temido na pequena cidade em que vivia. O ator Nelson Xavier, que morreu no começo deste ano, ganhou o prêmio de melhor ator no Festival do Rio de Janeiro de 2016 por esse longa-metragem que pode comprado nas lojas virtuais Itunes Store e Google Play ou alugado nos serviços de streaming Now e Vimeo On Demand.
  • Joaquim, de Marcelo Gomes. O longa-metragem retrata a vida de Joaquim José da Silva Xavier, o herói brasileiro conhecido como Tiradentes. Representante de ficção do Brasil no Festival de Berlim, o filme pode ser comprado ou alugado nas plataformas Google Play, Itunes Store, Youtube, Nor e Vivo Play.
  • Lamparina da Aurora, de Frederico Machado. Escrito, dirigido, produzido e fotografado pelo próprio cineasta Machado, o filme é construído a partir de uma narrativa aberta em que poucos personagens interagem sem uma linearidade. O longa-metragem ainda está em exibição em algumas salas de cinema.
  • Martírio, de Vincent Carelli em codireção com Ernesto de Carvalho e Tita. (Sinopse e serviço acima)

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