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Editorial
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Argentina, com Macri

O presidente argentino recebe um amplo apoio nas urnas contra o peronismo

Mauricio Macri, Juliana Awada e a vice-presidenta Gabriela Michetti, celebram a vitória eleitoral.
Mauricio Macri, Juliana Awada e a vice-presidenta Gabriela Michetti, celebram a vitória eleitoral.MARCOS BRINDICCI (REUTERS)
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A vitória esmagadora obtida pelo presidente argentino Mauricio Macri nas eleições legislativas parciais realizadas no domingo representa um forte apoio do eleitorado para que o presidente continue com o programa de reformas projetadas para tirar a Argentina da estagnação econômica e do isolamento internacional que ainda sofre, fruto de mais de dez anos de kirchnerismo.

Com um programa realista e explicando as dificuldades reais que o país enfrenta – algo completamente distante da política dos ex-presidentes Néstor Kirchner e sua esposa, Cristina Fernández – os candidatos de Macri e seu partido, Cambiemos, conseguiram mais de 40% de apoio, algo – para um partido não peronista – sem precedentes na história recente do país. Pela primeira vez nos últimos 15 anos o peronismo perdeu a maioria absoluta no Senado.

Especialmente ilustrativa é a derrota sofrida na província de Buenos Aires pela ex-presidenta Cristina Fernández de Kirchner, que ficou dez pontos abaixo do candidato de Cambiemos, Esteban Bullrich. E a mencionada província foi tradicionalmente um caldeirão do voto populista explorado por Fernández. Apesar disso, a ex-mandatária obteve uma vaga no Senado e, portanto, a imunidade temporária em relação aos casos de corrupção pelos quais é atualmente investigada.

Macri recebe assim a luz verde dos argentinos para continuar a transformação de um país que, depois de mais de uma década de populismo, estava submerso em uma profunda crise e cujos únicos aliados internacionais eram Venezuela e Irã. O eleitorado se mostrou surdo aos cantos de sereia que prometiam mais do mesmo e com a mesma candidata, e ratificou a mudança e a abertura ao mundo. Agora toca ao presidente estar à altura das expectativas.

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