Gigi Hadid: “Quando comecei muita gente disse que estava gorda, não me envergonho de meu corpo”
Fenômeno nas redes, com 35,8 milhões de seguidores no Instagram, modelo de 22 anos tornou-se uma das 10 mais bem pagas do mundo
A instamodelo Gigi Hadid—35,8 milhões de seguidores em sua conta do Instagram e subindo— aterrissou nesta terça-feira em Barcelona para apresentar sua nova colaboração para o estilista Tommy Hilfiger. Enquanto ela se preparava e atendia os veículos de imprensa no Hotel Mandarin, na frente da loja, localizada no lado oposto da rua, mais de uma centena de seguidores da californiana de 22 anos esperavam pacientemente para poder conhecê-la. “É boa pessoa, desfila de forma incrível e tem um corpo espetacular”, explicava emocionada uma das fãs que fazia fila desde cedo. Habitual nas passarelas internacionais, Hadid, filha de uma ex-modelo, conseguiu em um tempo recorde seu próprio lugar na indústria da moda. Entrou no ranking das 10 modelos mais bem pagas do mundo em 2016, recebendo oito milhões de euros em um ano (quase 30 milhões de reais), segundo a Forbes.
Pergunta. Imagino que tenha tido um dia longo…
Resposta. Todos os dias começam a parecer um só quando estamos o tempo todo em um avião. Às vezes estou no elevador, e me pergunto: em que país estou hoje?
P. É sua primeira vez em Barcelona?
R. É a segunda. A cidade tem uma energia incrível. Gosto muito.
P. Veio apresentar a coleção de inverno de TommyXGigi, sua terceira colaboração com o estilista. O que aprendeu com ele?
P. Também aprende com seus fãs?
R. Sim, claro. Vejo o que gostam, o que querem. Inclusive todo o conceito do see now buy now ( ver agora, comprar agora) do desfile, que permite que a coleção esteja disponível de imediato, é algo que eles realmente valorizam, porque durante muito tempo vimos as celebridades mostrando peças que só podiam ser comprar seis meses depois. E isso é algo raro, porque atualmente com as mídias sociais já mudamos de interesse quando, finalmente, aquelas peças saem à venda.
P. Você está há muito tempo trabalhando nesta indústria. O que mais gosta na moda?
R. Gosto de aprender o motivo pelo qual os estilistas criam uma coleção, o que querem dizer com uma determinada campanha ou editorial. Gosto de fazer parte do processo criativo. É preciso contribuir como modelo, você não é simplesmente alguém que está ali de pé, embora muita gente pense que é isso. Gosto de trabalhar com gente inspiradora, porque isso faz tudo bem mais divertido.
P. E o que está achando desta temporada de desfiles?
R. Acho que ela está respondendo de forma positiva às coisas que estão ocorrendo no mundo. Através da moda podemos sonhar, ser positivos, podemos nos inspirar. E como modelo é muito especial poder captar toda esta inspiração, levá-la para cima da passarela e fazer com que o mundo a sinta por meio dos estilistas. Às vezes a gente sente que a indústria criativa é a esperança de tudo o que está acontecendo.
P. O conforto na moda é importante para você?
R. Sempre disse que quero fazer roupas que sejam cômodas. Quanto mais cômoda você está, mais bonita se sente. Se não, está se preocupando o tempo todo se há muita coisa à mostra ou se algo te aperta. Eu não faço roupas que não façam sentido.
P. Tem algum truque para se manter tranquila na frente das câmeras?
R. Obviamente existem vezes em que o conceito das fotos não me faz sentir muito natural. Mas se conhecer e armazenar informação criativa pode te ajudar a se converter na personagem que a equipe queira. Trata-se de representar o que eles querem e deixar de fora sua personalidade. Quando fico nervosa, simplesmente tento me esquecer de quem sou e ser outra pessoa.
P. Você se mostra muito segura de seu corpo e é algo que se transmite em seus trabalhos e em suas redes sociais. Acha que isso pode ser inspirador para suas seguidoras?
R. Quando comecei muita gente me disse que eu era gorda. A verdade é que sempre havia me sentido muito confortável com meu corpo e nunca me envergonhei dele. Mas então fui diagnosticada com um problema de tireoide e com o medicamento perdi muito peso. Aí inesperadamente vieram outras críticas, dizendo que eu estava muito magra. A verdade é que não me importa o que dizem. Eu sou feliz, porque me sinto saudável e acho que o importante é conhecer seu corpo. O fato é que nunca mudarei meu corpo pela opinião dos outros.
P. Fala-se muito hoje do estilo pessoal. O que significa isso para você?
R. A verdade é que não conheço a resposta. Porque simplesmente me levanto e ponho o que me parece mais confortável. E é isso que tento levar à coleção que faço com Tommy, tento que tenha um pouco para todos os gostos, mas também para gente como eu, que se levanta e se sente diferente a cada dia.
P. Lembra de ter recebido algum conselho que tenha reforçado esta segurança em si mesma?
R. Na verdade, de muitas pessoas. Por exemplo, o primeira que me deixou abrir seu desfile foi Jeremy Scott. E ele, desde o início, quando ninguém mais me aceitava, me disse: “Você é linda e abrirá meu desfile”. Foi das primeiras pessoas que me fez sentir confortável comigo mesma, em minha pele, especialmente na passarela. Tommy também: “Gigi, é fantástico! Se isso te faz feliz, faz!”. Donatella [Versace] me anima a ser forte, independente.
P. Como lida com a pressão?
R. Estou aprendendo a controlá-la. Já faz seis anos que tudo começou. A cada dia aprendo um pouco mais sobre como lidar, porque não existe nenhum livro que te conte como viver esta vida em que, quando você acorda pela manhã e olha pela janela, vê 15 câmeras do lado de fora. Às vezes não me sinto bonita, não tenho vontade de colocar maquiagem, me olho no espelho e não tenho nem ideia de como me pentear, porque já estou entediada. Há pouco tempo descobri que para mim é importante estar em contato com a natureza, com meus cavalos e me encontrar comigo mesma. É no sítio onde cresci que me sinto bem em levantar por um motivo diferente. Por um motivo que não seja o de ter que escolher minha roupa do dia e enfrentar as câmeras. Quando estou ali, coloco um top e umas botas, saio sem maquiagem…é algo muito libertador para mim.
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