‘Eclipsemania’ toma conta dos Estados Unidos
Milhões de pessoas se preparam para observar o primeiro eclipse solar total em 99 anos
Os Estados Unidos, o país por excelência dos fenômenos em massa, se preparam para viver um bastante incomum. Na segunda-feira, pela primeira vez em 99 anos, um eclipse solar total irá cruzar os EUA de costa a costa. Milhões de pessoas acompanharão o acontecimento, que provocou uma euforia com consequências palpáveis e imprevisíveis.
Na meca do capitalismo, encontrar os óculos adequados para se observar o eclipse de 21 de agosto é uma odisseia, já que quase todos estão esgotados há semanas. Para se conseguir um é preciso implorar a conhecidos em instituições científicas ou enfrentar longas filas nos museus que compartilham de graça durante determinadas horas do dia.
#SolarEclipse2017 across America from @NASA! https://t.co/MeA3sXdLRc
— NASA (@NASA) August 21, 2017
Decidir de última hora visitar um dos epicentros do eclipse custa facilmente 2.000 dólares para um voo de ida e volta a partir de Washington. Em Charleston (Carolina do Sul), onde vai terminar a passagem do eclipse sobre os EUA, uma noite em um hotel custa em torno de 500 dólares. Espera-se que dezenas de milhares de pessoas se desloquem a algumas das áreas onde o eclipse será total, e estão previstas diversas atividades paralelas ao acontecimento.
O eclipse é um fenômeno astronômico de sensações mágicas. A Lua passa pela frente do Sol e este deixa de ser visível. De repente, na manhã de segunda-feira, ficará gradualmente escuro e, durante um ou dois minutos, dependendo do local, a escuridão será total. As estrelas brilharão e os pássaros ficarão imóveis.
Em uma faixa que cruzará diagonalmente de oeste a leste dos EUA, o eclipse será observado de forma total. No restante do país o eclipse será parcial, como na América Central, na Europa ou na América do Sul —no Brasil, Boa Vista (Roraima) e Macapá (Amapá) serão as melhores cidades para acompanhar o fenômeno. Os eclipses solares totais não são tão incomuns: ocorrem em algumas zonas do planeta a cada 18 meses, mas é raro que possam ser observados de locais habitados. Após o de segunda-feira, o próximo eclipse total visível da terra acontecerá em janeiro de 2019, com Argentina e Chile como melhores países para contemplá-lo. E o próximo eclipse na América do Norte ocorrerá em abril de 2024.
Para se conseguir óculos especiais é preciso implorar a conhecidos em instituições científicas ou enfrentar longas filas nos museus que os compartilham de graça durante determinadas horas do dia
O eclipse de segunda-feira chegará aos Estados Unidos às 10h16 (hora local) em Lincoln Beach, no Oregon. De lá, sua sombra se deslocará para o leste durante cerca de 90 minutos. A faixa será de 113 quilômetros de largura e 4.000 quilômetros de comprimento. Cruzará os Estados de Oregon, Idaho, Wyoming, Montana, Nebraska, Iowa, Kansas, Missouri, Illinois, Kentucky, Tennessee, Georgia, Carolina do Norte e Carolina do Sul. Terminará em Charleston (Carolina dol Sul) às 14h48 hora local.
O melhor local para vê-lo será Cardondale, um povoado de Illinois onde o Sol ficará escondido pela Lua durante mais tempo: 2 minutos e 41 segundos. A trajetória do eclipse passa por cima de zonas rurais e cidades pequenas, de forma que se locomover de carro será praticamente obrigatório. A maior cidade de onde poderá se observar o fenômeno é Nashville (Tennessee), que tem 609.000 habitantes.
Muitos acreditam que uma enorme multidão irá acompanhar o eclipse, em um país com mais de 300 milhões de habitantes e em pleno verão. “Certamente será o eclipse total mais observado da história”, disse o astrônomo Rick Fienberg, da Sociedade Americana de Astronomia.
E algumas pessoas terão visuais incomuns. Uma empresa de cruzeiros navegará pela costa Leste durante o momento de máxima escuridão, e não só isso: a bordo do navio se apresentará o cantor Bonnie Tyler, autor do hit Total Eclipse of the Heart. E uma companhia de aviões, a Air Charter Service, organizou voos para aqueles que querem ver o acontecimento do céu.
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