_
_
_
_
_

Trump oferece incentivos aos fabricantes de carros de Detroit para que produzam nos EUA

Presidente recebe na Casa Branca os executivos da General Motors, Ford Motor e Fiat Chrysler depois de ameaçá-los com impostos significativos

Donald Trump entre Mary Barra e Sergio Marchionne.
Donald Trump entre Mary Barra e Sergio Marchionne.Pablo Martinez Monsivais (AP)

Donald Trump, em seu segundo dia de trabalho como presidente, deu um novo impulso às grandes montadoras de Detroit para que aumentem a produção de carros que vão vender no mercado dos EUA. A mensagem política foi a promessa de incentivos econômicos para que construam suas montadoras. O desafio é achar o ponto intermediário.

Mais informações
Saída dos EUA do TPP fere México, mas pode ser positiva para o Mercosul
Trump assina nesta quarta decreto para construir muro com o México
Primeiro efeito Trump na Argentina: exportações de limão aos EUA são paralisadas
Trump cumpre promessa de campanha e inicia cruzada protecionista

O presidente organizou um café da manhã na Casa Branca com os CEOs da General Motors, Mary Barra; Ford Motor, Mark Fields, e do grupo Fiat-Chrysler, Sergio Marchionne. A retórica de Donald Trump para o setor está apoiada em um dado: as três fabricantes no ano passado importaram 2,26 milhões de carros. São os pequenos utilitários cuja margem de lucro é estreita.

Este impulso à produção que o presidente está buscando, no entanto, exige um enorme investimento de capital para qualquer empresa multinacional. É, portanto, uma pílula muito difícil de engolir para os fabricantes. Não se trata apenas de aumentar a produção doméstica, também deverão enfrentar o custo de fechar fábricas no exterior, porque a indústria não precisa aumentar sua capacidade.

Mark Fields já teve a oportunidade de se reunir com Donald Trump na segunda-feira. O presidente teve uma reunião em seu primeiro dia de trabalho na Casa Branca com uma dúzia de executivos de grandes empresas manufatureiras como Under Armour, Lockheed Martin, Dow Chemical, Johnson & Johnson e Dell. Também esteve Elon Musk, da Tesla. Foram levados até o Gabinete Oval.

Trump deu a mesma mensagem que falou às automotivas. Por um lado, prometeu que vai facilitar seus investimentos nos EUA através de um “enorme” corte de impostos e na regulamentação ambiental. Mas também advertiu que se mudassem a produção para países de baixo custo, como o México, teriam que pagar uma tarifa muito maior na fronteira como penalidade.

Aplaudem a rejeição do TPP

O CEO da Ford Motors disse depois da primeira reunião que o presidente é “muito, muito sério no sentido de garantir que a economia será mais robusta” e, nesse sentido, confiava nas políticas que quer aplicar, mesmo na área comercial. Poucas horas depois, Trump assinava uma ordem executiva através da qual rejeitava o Acordo de Parceria do Pacífico (TPP).

A indústria automobilística dos EUA estava contra o acordo comercial negociado pelo Governo de Barack Obama, porque considerava que o pacto não enfrentava o problema da manipulação cambiária que favorece seus rivais. Donald Trump também está disposto a solicitar a renegociação do acordo de livre comércio com México e Canadá.

O presidente quer se reunir com os executivos das grandes corporações com certa regularidade, para ouvir suas ideias para reduzir as barreiras à criação de emprego. Mary Barra, que faz parte do grupo de executivos que vai assessorar a Casa Branca, falou de um “renascimento” da indústria e se mostrou a favor de que o setor trabalhe em conjunto para aproveitar as oportunidades.

“Quero que sejam construídas fábricas aqui para montar carros que sejam vendidos aqui”, disse Donald Trump em sua conta pessoal nas redes sociais, duas horas antes de se reunir com os executivos de Detroit. Segue a linha geral da campanha, que se estende às grandes empresas manufatureiras. “Aqueles que produzem nos EUA terão vantagens”, reiterou.

Trump insiste que é uma questão de escolha para as empresas: ficar ou ir. “Acho que é justo”, concluiu. Na tarde da segunda-feira Trump também se reuniu com os líderes de 13 sindicatos, numa primeira aproximação para ganhar o apoio deles com uma linguagem mais parecida à dos democratas. Garantiu que suas políticas têm o objetivo de “melhor proteger os trabalhadores”.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_