_
_
_
_
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Alemanha fica sozinha

É preciso avaliar a proposta europeia de uma política fiscal expansiva, mas é insuficiente

Angela Merkel, em uma recente apresentação à imprensa.
Angela Merkel, em uma recente apresentação à imprensa.Florian Gaertner

A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, se uniu às instituições econômicas mundiais que pedem uma política fiscal expansiva para a Europa. Propõe um plano de investimentos de cerca de 50 bilhões de euros (cerca de 180 bilhões de reais) como estímulo inicial para acompanhar, com mais gastos, a política monetária ampla do Banco Central Europeu (BCE). Bruxelas reconhece formalmente o que era evidente para todos os órgãos econômicos (FMI, OCDE, G7, G20 e o próprio BCE) ou presidentes como Barack Obama: que a política monetária não é suficiente por si só para estimular o paupérrimo crescimento nem para afugentar o risco de deflação.

Mais informações
União Europeia sugere estímulo de 50 bilhões de euros e põe fim à austeridade fiscal
Banco Central Europeu alerta para era de protecionismo e incerteza com Trump
Obama: “As medidas de austeridade contribuíram para desacelerar o crescimento na Europa”
Conquistando a Europa sobre trilhos
FMI teme onda de populismo puxada por fragilidade da economia global

A mensagem política é ruidosa. O passo adiante de Bruxelas isola a Alemanha como defensora principal da ortodoxia; inclusive em Berlim tende-se a aceitar o inevitável. Schäuble responde acidamente à Comissão, mas Merkel está disposta a investir mais em Defesa e reduzir impostos. Os cálculos consolam os defensores da austeridade. Depois do Brexit e da eleição de Trump, os ventos econômicos mudam. Se nos Estados Unidos houver mais crescimento e inflação, os juros subirão mais depressa do que o esperado. Os mercados elevam os juros dos bônus e vamos assistir de forma imediata o encarecimento do dinheiro. Nesse cenário, o relaxamento monetário europeu terá de mudar pouco a pouco. Por isso, nesses momentos é urgente aceitar e colocar em andamento uma expansão fiscal.

Dito isso, não há que dar uma importância excessiva à proposta de Bruxelas. Os 50 bilhões propostos (podem ser mais) terão de vir de aumentos de gastos dos países com superávit (por exemplo, Alemanha); Espanha e Itália dificilmente podem se unir a uma política expansiva. O valor, porém, é insuficiente para mudar o sinal do investimento e do emprego. Até o momento, é preciso avaliar a nova mensagem europeia em favor do investimento; mas a Europa precisa de dinheiro novo e em mais quantidade.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_