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FIFA quer Copa com 48 seleções

Presidente da entidade fará debate na próxima semana sobre aumento na quantidade de equipes

Gianni Infantino num jogo de futebol em Bogotá.
Gianni Infantino num jogo de futebol em Bogotá.Leonardo Muñoz (EFE)

A Copa do Mundo de 2026 terá 48 equipes participantes, se vingar a sugestão que o presidente da FIFA, Gianni Infantino, deixou escapar durante sua atual visita à Colômbia, indo além das propostas que defendeu antes da sua eleição, em fevereiro, e ainda há uma semana, durante participação em um congresso da Confederação Africana de Futebol no Cairo. Nessas ocasiões, Infantino sugeria uma Copa com 40 seleções; agora, acrescenta mais oito a uma competição que desde 1998 inclui 32 equipes na sua fase final.

"Tem cama para muita gente"

A principal competição futebolística mundial é disputada por 32 equipes desde a edição da França em 1998 e assim será em 2018, na Rússia, e 2022, no Catar. Desde a criação do torneio em 1930 e até a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, o formato estava pensado para receber 16 seleções, embora tanto no Uruguai, em 1930, como vinte anos depois, no Brasil, diversas renúncias fizeram com que só jogassem 13 times. Foi em 1982, na Espanha, quando a quantidade aumentou para 24 equipes.

“Uma Copa do Mundo é mais que uma competição. É um evento social”, diz Gianni Infantino. Recebeu apoio, durante sua visita à Colômbia, do ex-jogador Carlos Valderrama. Ambos participaram de um jogo de futebol. “A Copa do Mundo é muito mais que esporte. É amizade, integração e paixão”, destacou Valderrama, apoiando a sugestão de Infantino de que disputem 48 das 211 federações que integram a FIFA. “Tem cama para muita gente”, completou.

Infantino justifica a mudança citando a vocação do torneio de se abrir a mais participantes. “Com 40 equipes a matemática não funciona para poder formar grupos e depois fases eliminatórias como até agora, mas nossa ideia continua sendo a de desenvolver o nosso esporte, e para muitos países é importante estar numa Copa”, observa. O novo plano será discutido durante o Conselho da FIFA que se reúne na semana que vem em Zurique, e poderá ser aprovado em janeiro. Consistiria, segundo Infantino, em emparelhar 32 equipes num mata-mata prévio, já no país-sede da Copa, levando os 16 vencedores a uma fase de grupos a ser disputada com 16 cabeças de chave, que ficariam isentos desse pedágio inicial. A partir daí, o formato seria idêntico ao atual. “Trata-se de que mais nações e regiões estejam envolvidas no evento”, diz o dirigente.

A iniciativa é vista com simpatia em diversas partes do mundo. Infantino já havia anunciado que numa Copa com 40 seleções a África poderia aumentar sua quota dos cinco países atuais para sete. Às federações sul-americanas ele prometeu uma vaga a mais – cinco fixas e uma sexta disputada em repescagem, em vez de quatro fixas e a quinta em repescagem contra outro continente. Mas também há receios. “Não acho que seja uma boa ideia, a qualidade do torneio se ressentiria”, comentou o alemão Joachim Löw, treinador da atual seleção campeã do mundo. Além disso, os grandes clubes europeus são reticentes à ideia de uma ampliação que vá além da proposta feita no passado pelo ex-secretário-geral da UEFA Michel Platini, de que na primeira fase cada um dos oito grupos tivesse cinco seleções, em vez de quatro, o que obrigaria o torneio a durar três dias a mais.

A variante exposta por Infantino abre a possibilidade de que competição dure quase seis semanas, com tudo o que isso implica em calendários tão sobrecarregados. Além disso, os problemas logísticos derivados de receber 48 equipes e torcidas aparecem também como um entrave a superar na proposta do presidente da FIFA. Mas ele não se intimida com isso e sugere a possibilidade de candidaturas plurinacionais, como a que receberá a próxima Eurocopa. Assim, com vistas a 2026, já menciona a possibilidade de um projeto de organização que envolva várias cidades dos Estados Unidos, Canadá e México. A decisão sobre essa sede só será tomada em maio de 2020.

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