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WhatsApp consuma sua advertência: quem não aceitar suas condições vai parar de usá-lo

Empresa alterou sua política ao compartilhar os dados dos usuários com o Facebook

José Mendiola Zuriarrain
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O popular serviço de mensagens WhatsApp apertou ainda mais o laço da privacidade dos usuários ao consumar sua advertência: ao final de 30 dias, para quem não tivesse optado voluntariamente por renunciar ao compartilhamento dos seus dados com o Facebook, o silêncio seria entendido como um sim tácito às novas condições. Pois bem, esse prazo transcorreu, e quem deixou a decisão para depois está tendo uma surpresa ao receber a contundente mensagem: “Se não desejar aceitar [as novas condições de uso], deverá descontinuar seu uso do WhatsApp”.

A aceitação dos termos de uso implica deixar a porta aberta para que futuramente – talvez muito em breve – os usuários comecem a receber mensagens patrocinadas ou publicidade relacionada aos seus interesses. Mas, provavelmente, o que mais preocupa é o uso cruzado da informação por parte do Facebook, combinando nossos interesses e contatos na rede social com nossa atividade no aplicativo de mensagens. A empresa que administra a maior rede social do mundo aplicou o peso do seu rolo compressor sobre a massa cativa (e aparentemente indefesa) de usuários do serviço, mas parece que, pelo menos na Europa, as coisas não serão tão fáceis.

Alemanha suspende o armazenamento de dados

As autoridades alemãs foram as primeiras a alertar sobre a violação da privacidade dos usuários do WhatsApp, obrigando o Facebook a interromper essa prática e apagar definitivamente toda a informação armazenada no período. O Facebook acatou imediatamente a ordem das autoridades reguladoras alemãs, mas tudo indica que o país não será o único da União Europeia a proibir essa exploração dos dados dos usuários. Aliás, é possível que as autoridades da própria UE se envolvam no assunto.

Enquanto isso, o que podem fazer os usuários do WhatsApp que tiverem recebido essa mensagem com seu “sim ou sim”? Na verdade, muito pouco. Nos fóruns, volta a ser citada a grande alternativa entre os aplicativos de mensagens, o Telegram, que poderia herdar uma avalanche de usuários contrariados ou preocupados com sua privacidade. Também já começou a funcionar o Allo, do concorrente Google. Mas acontece que o Facebook tem a melhor cartada possível: dominar o aplicativo-padrão. O WhatsApp é o serviço de mensagens hegemônico no Brasil e em vários outros países, e é difícil convencer parentes e amigos a migrarem. A barreira de saída é, por enquanto, elevada demais.

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