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Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Obama em Hiroshima

As armas nucleares continuam sendo uma ameaça que paira sobre a humanidade

Restos do edifício de Hiroshima sobre o qual estourou a bomba atômica em 1945.
Restos do edifício de Hiroshima sobre o qual estourou a bomba atômica em 1945.Jean Chung (Getty Images)

A visita que Barack Obama realiza neste domingo à cidade de Hiroshima vai muito além do simbolismo formal que representa a homenagem de um sucessor de Harry Truman — o presidente que há 71 anos ordenou lançar a bomba atômica — às vítimas da primeira explosão nuclear sobre uma cidade. A ameaça das armas nucleares continua pairando sobre os habitantes do planeta mesmo que, com a queda do Muro de Berlim e o colapso do bloco comunista, tenha desaparecido do noticiário diário. O ditado “o que não se vê, não existe”, infelizmente, mostra aqui uma vez mais sua falsidade.

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Como bem ressaltou Obama em sua chegada ao Japão, onde se encontra para participar de uma cúpula do G-7, “ainda há trabalho a fazer”. É especialmente significativo que o presidente norte-americano faça essa advertência perto da Coreia do Norte, uma ditadura brutal baseada no poderio nuclear, cujo desenvolvimento a comunidade internacional, por várias razões, foi incapaz de deter. Pyongyang é o exemplo perfeito do que pode acontecer com as relações internacionais se não houver um esforço comum para evitar a proliferação de armas nucleares.

Obama, que tem menos de oito meses a cumprir na Casa Branca, quis deixar avanços concretos nesse campo como parte de seu legado. E, como em outros aspectos, apresenta luzes e sombras. Durante sua presidência foram organizadas as cúpulas da segurança nuclear, foi negociado um novo tratado de redução de ogivas nucleares com a Rússia e, principalmente, chegou-se a um complicadíssimo acordo com o Irã para impedir que o regime dos aiatolás se dote de armas atômicas. Ainda assim, vários Estados jogam com a ideia de adquirir a sua própria bomba nuclear e vários grupos terroristas se conformariam com material radioativo para poder semear o pânico. A destrutiva ameaça nuclear continua presente e Hiroshima é uma dolorosa lição do que ela é capaz.

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