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Coluna
Artigos de opinião escritos ao estilo de seu autor. Estes textos se devem basear em fatos verificados e devem ser respeitosos para com as pessoas, embora suas ações se possam criticar. Todos os artigos de opinião escritos por indivíduos exteriores à equipe do EL PAÍS devem apresentar, junto com o nome do autor (independentemente do seu maior ou menor reconhecimento), um rodapé indicando o seu cargo, título académico, filiação política (caso exista) e ocupação principal, ou a ocupação relacionada com o tópico em questão

Deixe que a Internet procure emprego para você

Se ainda não encontrou o cargo que está buscando das formas tradicionais, celebre o Dia do Trabalho ‘posicionando-se’ na rede

Logotipo do LinkedIn em sua sede na Califórnia.
Logotipo do LinkedIn em sua sede na Califórnia.Robert Galbraith (REUTERS)
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Claudia Bravo, uma arquiteta de 27 anos, não encontrou por conta própria seu atual emprego: uma recrutadora lhe telefonou para fazer uma oferta de trabalho em uma construtora especializada em shopping centers, com um salário 60% maior do que o que ela ganhava e 40% maior do que pedia, porque um especialista em arquitetura de interiores viu seu perfil no LinkedIn. Tamara de Anda não entregou muitos currículos em sua vida: a maioria dos trabalhos que teve chegou até ela por causa de seu primeiro blog. Hoje em dia, para buscar trabalho, não é necessário que Maomé vá à montanha, e sim tornar-se visível para ser encontrado por meio da Internet.

No ano passado, em nível internacional, 61% dos recrutadores fizeram alguma “contratação passiva”, ou seja, selecionaram um candidato que eles procuraram por seu perfil, em vez de um que tenha concorrido a alguma vaga, segundo uma pesquisa do LinkedIn. Esse dado é interessante no contexto do Dia do Trabalho, principalmente para as pessoas que estão procurando emprego.

A Internet ajuda a resolver uma das grandes dores de cabeça dos recrutadores: poder buscar perfis com habilidades específicas que às vezes não ficam sabendo das vagas. Nos postos especializados, o problema não é que falte trabalho, mas que não se cruze a oferta com a demanda, o que faz com que demore muito para encontrar bons candidatos para esses cargos, ou que as vagas não sejam preenchidas.

Muito bem, é tudo muito idílico, mas por que ainda não chegou a minha vez? As perguntas a seguir podem ajudá-lo a descobrir por que você talvez não seja muito visível na Internet ou a saber como melhorar sua atratividade trabalhista online.

Você tem perfil em redes profissionais? O quanto ele está abandonado?

Sem um perfil no LinkedIn ou em alguma outra rede profissional, vai ser complicado para que os recrutadores saibam que você existe. Pode ser que você tenha criado um, mas não tenha incluído foto, ou que os empregos ou projetos que teve não estejam atualizados, ou que a descrição seja muito curta, ou que tenha poucos contatos nessas redes ou não entre nunca para ver as mensagens.

O LinkedIn já tem opções como um “mini blog”, publicar atualizações, vincular contas ao Twitter ou ao Facebook e também incluir recomendações de pessoas com quem você já trabalhou. Por isso, deixe a preguiça de lado e tire as teias de aranha desse perfil!

Você inclui habilidades específicas em seu perfil?

Assim como a maioria dos conteúdos da Internet, os perfis profissionais também são encontrados por palavras-chave. Escrever um bom currículo, destacar habilidades específicas e diferenciadoras, certificações, idiomas ou até experiências como voluntário e prêmios podem valer pontos. Para saber mais sobre habilidades específicas, você pode ver este vídeo (em espanhol).

Você tem um ‘blog’, canal do YouTube, conta do Instagram ou alguma forma de mostrar suas habilidades ou seu portfólio?

Não importa a que você se dedique: a Internet é uma boa vitrine para mostrar sua área de especialidade. Há contadores ou engenheiros que fazem tutoriais, profissionais de criação que sobem seu portfólio e muitos outros que simplesmente fazem ensaios ou compartilham informação de sua categoria em um blog próprio. Essa é uma grande forma de mostrar o que você sabe ou faz.

Você busca vagas ativamente em redes profissionais como LinkedIn e Glassdoor?

Uma das vantagens da Internet é que ela reduz as barreiras geográficas e ajuda você a filtrar tipos de empresas. Muitas companhias têm perfil no LinkedIn e você pode segui-las para ficar sabendo de vagas e novidades. O Glassdoor também é uma opção muito interessante porque, além de vagas em todo tipo de empresas (globais, nacionais, startups, pequenas e médias), você pode ver a reputação que essas empresas têm entre os funcionários e procurar em outros Estados ou países.

E a distância não é problema nem para a entrevista. Como Claudia Bravo não tinha possibilidade de se deslocar de seu antigo emprego até a sede da recrutadora, esta lhe propôs entrevistá-la pelo Skype.

O que você publica no restante das redes sociais?

É muito bom que você tenha um perfil impecável no LinkedIn... mas você pode arruiná-lo facilmente se a foto de seu perfil no Facebook é da última balada que não deixaria você passar em branco no bafômetro. Ou se você publica no Twitter comentários sexistas, racistas ou de qualquer índole discriminatória, violentos etc.

E isso é assim em qualquer rede social. Na semana passada, no Twitter, uma jovem contava que sua amiga teve uma entrevista de emprego incômoda porque acabou vendo que o recrutador era um garoto do Tinder com quem ela tinha saído.

“Fui a uma entrevista que o headhunter marcou e acabou sendo um cara do Tinder com que saí, foi muito incômodo”.
- Funcionária em problemas.

Se você ainda não encontrou o emprego que está buscando das formas tradicionais, celebre o Dia do Trabalho “posicionando-se” na Internet para encontrar o que quer. Talvez até apareça algo melhor do que aquilo que você busca. Feliz dia!

* Sofía Macías é especialista em educação financeira, jornalista financeira e autoria da série de best sellers Pequeño Cerdo Capitalista, com versões para o México, Espanha e Itália. Você pode encontrá-la em Twitter como @PeqCerdoCap e em www.pequenocerdocapitalista.com

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