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Editoriais
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Emergência na Venezuela

Maduro deve terminar com a charada populista e deixar que governem aqueles que foram eleitos pelo povo

El País
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, em seu discurso perante a Assembleia Nacional no dia 15 de janeiro.
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, em seu discurso perante a Assembleia Nacional no dia 15 de janeiro.CARLOS GARCÍA RAWLINS (REUTERS)

O decreto de emergência econômica para a Venezuela emitido por Nicolás Maduro na semana passada — um novo subterfúgio do presidente para não aceitar o mandato do povo venezuelano — permitiu que a maioria opositora desse uma lição democrática e aceitasse a possibilidade de diálogo negado em muitas ocasiões pelo chavismo, que governa há mais de quinze anos.

Maduro se arroga o poder de governar por 60 dias em matéria econômica dispensando a Assembleia Nacional, que tem o legítimo mandato popular para acabar com a lamentável situação de penúria e escassez em que se encontra a população. Não parece muito sensato que o causador desta situação se apresente agora como alguém que pode resolvê-la. Por isso, o presidente da Assembleia, Henry Ramos Allup, estendeu a mão sempre que haja “retificações”. Maduro reconheceu que é preciso melhorar “a confiança mútua” — um eufemismo quase cômico — e teve que ouvir Ramos Allup afirmando que é “a primeira vez em 17 anos” que o governo chama para o diálogo.

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A Venezuela está há muito tempo em emergência econômica. E também em emergência de liberdade de expressão e respeito pelos direitos humanos. Maduro deve terminar com a charada populista e deixar que os eleitos pelo povo possam exercer seu direito e obrigação de legislar nas questões econômicas, políticas e sociais que forem necessárias.

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