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Promotor pede que Neymar responda por corrupção

Promotoria da Audiência Nacional pede que o jogador brasileiro responda por crime de corrupção

A Promotoria da Audiência Nacional pediu para tomar a declaração na qualidade de acusado ao jogador do Barcelona Neymar por crime de corrupção entre particulares e sonegação na operação de sua contratação pelo Barcelona ao Santos.

Neymar, no último clássico.
Neymar, no último clássico.D. Ramos (Getty)

Em um documento dirigido ao titular do Tribunal Central de Instrução número 5, José de la Mata, o promotor José Perals solicita também a declaração pelos mesmos crimes do pai do jogador, Neymar da Silva; do presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, e seu antecessor, Sandro Rosell, assim como dos presidentes do Santos à época da contratação: Odílio Rodrigues e Luis Álvaro de Oliveira, e pede que os dois clubes respondam como pessoa jurídica.

Todas essas novas acusações pedidas pelo promotor entram na causa aberta pela admissão da ação penal apresentada pela empresa DIS, que tinha parte dos direitos de Neymar da Silva. De la Mata aceitou em junho o procedimento da ação da DIS contra essas seis pessoas, os dois clubes de futebol e a empresa de Neymar N&N pelos crimes de corrupção entre particulares e de sonegação em sua modalidade de contrato simulado.

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Segundo os querelantes, a DIS tinha direito a 40% do valor pago pelo Barcelona ao Santos pelos direitos federativos do jogador quando o contratou. Afirmam, entretanto, que o fundo de investimento só recebeu essa porcentagem dos 17,1 milhões de euros (75,20 milhões de reais) que o clube disse ter pago pelo brasileiro, quando a contratação custou, segundo as investigações da Audiência Nacional, um total de 83,3 milhões de euros (366,26 milhões de reais). Neymar recebeu 40 milhões de euros (175,88 milhões de reais) desse valor por aceitar a contratação pelo Barcelona mediante um contrato simulado, um fato que, segundo juiz, “poderá ter alterado o livre mercado de contratações de jogadores e prejudicado também o querelante” pelo fato da DIS não ter podido receber mais dinheiro por ofertas de outros clubes.

Por isso, o juiz pediu no auto de admissão da ação ao Real Madrid, ao Chelsea, ao Bayern de Munique e ao Manchester City as ofertas enviadas por esses clubes entre 2009 e 2013 ao Santos, a Neymar e aos seus representantes, entre eles seu pai.

A contratação de Neymar foi investigada em outra causa também sob responsabilidade do tribunal de De la Mata na Audiência Nacional, mas acabou levada a um tribunal de Barcelona ao ser aberto o julgamento. Esse procedimento também é dirigido contra Bartomeu, Rosell e o Barcelona por crimes fiscais, de apropriação indébita e societária.

Por esses fatos, a Promotoria pede 2 anos e 3 meses de prisão a Bartomeu e 7 anos e 6 meses a Rosell, assim como multas de 3,8 milhões e 25,1 milhões de euros (16,71 e 110,37 milhões de reais), respectivamente, e que o clube pague à Fazenda 11,4 milhões de euros (50,13 milhões de reais) de indenização e uma multa de 22,2 milhões de euros (97,61 milhões de reais).

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