O inaceitável Trump

Diatribes racistas do magnata contra os muçulmanos passam dos limites do tolerável

Donald Trump, durante um comício no Mississippi.S. OLSON (AFP)

Embora não parecesse fácil, a julgar por algumas das suas polêmicas declarações anteriores, Donald Trump superou definitivamente todos os limites do tolerável com suas inaceitáveis palavras sobre a necessidade de proibir a entrada nos Estados Unidos de qualquer pessoa de religião muçulmana. Causa indignação e vergonha que alguém capaz de lançar semelhante diatribe possa disputar a presidência de uma democracia cuja primeira emenda constitucional consagra justamente a liberdade de culto.

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É especialmente preocupante que um candidato que já demonstrou desprezo por mulheres, negros, hispânicos e agora muçulmanos ainda goze de uma nítida vantagem nas pesquisas diante dos demais rivais na disputa pela indicação do Partido Republicano à presidência dos EUA. Trump deixou de ser uma curiosidade pré-eleitoral – algo que nunca falta – para se transformar, já a poucas semanas do início do processo de eleições primárias, em um elemento de distorção que ameaça princípios fundamentais sobre os quais se assentam a convivência e a própria história dos EUA.

Por isso, é especialmente significativo que figuras destacadas do Partido Republicano tenham – finalmente! –se disposto a criticar o provocador magnata, sem medo do reflexo disso nas pesquisas. Jeb Bush, Ted Cruz e Chris Christie condenaram o populismo e a demagogia envenenada de Trump. Agora, falta que a sociedade e o eleitorado façam o mesmo.

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