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Casemiro, o especialista

Volante brasileiro reafirma contra o Shakhtar a opinião de Benítez de que é imprescindível

Diego Torres
Rabiot, do PSG, persegue a Casemiro
Rabiot, do PSG, persegue a CasemiroSergio Perez (reuters)

Carlos Henrique Casemiro ganhou fama de rebelde na juventude. Só após jogar no Porto sob o comando de Julen Lopetegui começou a se comportar como o homem ponderado que é hoje. O rapaz que jogava no São Paulo, apelidado de Casemarra por seu caráter impetuoso, estouraria. Mas após disputar oito partidas seguidas e ficar fora do time titular do Real Madrid contra o Barça, de sua boca só saíram comentários moderados. Inclusive elogiosos para Rafa Benítez, que lhe considera um especialista único, além de um discípulo obediente excelente. O regresso do meio-campista brasileiro à titularidade na quarta-feira ante o Shakhtar coincidiu com uma nova sequência de bom futebol da equipe, e com uma vitória  por 4 a 3 de efeito paliativo depois do trauma do clássico.

“Eu vou para casa chateado”, disse o jogador, ao sair do estádio de Lviv, “porque fizemos 75 minutos incríveis e depois quase nos surpreendem. Temos que combinar com as coisas boas que fizemos, que foram muitas. Pressionamos, chutamos ao gol, tocamos, saímos jogando... Foi incrível. Esse é o caminho e não podemos baixar a intensidade. Já aprendemos para a próxima vez”, explicou o volante de 23 anos.

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Oito roubos e 89 passes

Contra o Shakhtar, Casemiro roubou oito bolas e deu 89 passes. Mais que todos os seus colegas. Na partida, Casemiro devolveu ao Real Madrid a classe e a estabilidade que a equipe precisa quando os três pontas (Bale, Cristiano e Isco) não executam os trabalhos defensivos indispensáveis. Casemiro tornou-se o guarda-costas de Modric no meio-campo e, ao terminar a tarefa, falou com a autoridade que sente que tem. “Me chateiam mais os últimos minutos contra o Shakhtar que ter perdido o clássico”, disse. “Nós temos um chefe e estou muito contente com suas decisões; porque tenho certeza de que Benítez sabe o que está fazendo. É um treinador top e todo o elenco está junto dele, com o clube, e com o presidente”.

O técnico descartou a titularidade de Casemiro no clássico na última hora, em favor de James

A ausência de Casemiro contra o Barcelona surpreendeu parte da equipe e, sobretudo, no vestiário. Durante as semanas anteriores à partida, Benítez estudou a formação de um meio-campo com Casemiro, Modric e Kroos. O técnico pensou em tirar James para colocar Casemiro. Só no último momento resolveu fazer o contrário e deixou no banco o atleta que acumula 941 minutos de jogo distribuídos em 13 partidos (em 10 deles formou em onze titular).

“É um polvo”

Benítez acha que Casemiro é o único volante puro que tem no elenco. Sua lógica indica que para ter a posse de bola primeiro é necessário roubá-la rapidamente e nisso ele vê o brasileiro como um jogador acima da média. Juan Carlos Martínez, o preparador físico do Porto, dizia sempre: “Casemiro é um polvo”. A opinião de Benítez não é um caso isolado. O Real conta com cerca de 30 analistas de futebol repartidos por todo mundo que nos últimos meses vêm informando à direção de que a equipe é mais competitiva quando Casemiro joga.

Casemiro comemora com Carvajal.
Casemiro comemora com Carvajal.S. DOLZHENKO (EFE)

Os técnicos do Real concordam que não se trata de um volante de primeríssimo nível, como Xabi Alonso ou Busquets. Mas acrescentam que, dadas as caraterísticas de um esquema tático em função dos atacantes, a presença de Casemiro faz com que a equipe seja mais competitiva. Não só por questões técnicas. Como demonstrou em Lviv, não perde o atrevimiento nem em momentos de incerteza. “O clássico foi uma partida difícil mas já passou”, declarou na Ucrânia. “Não temos que pensar mais no clássico porque isso nos deixa para baixo. A vida segue. Conseguimos uma vitória e no fim de semana temos uma partida difícil fora de casa contra o Eibar”.

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