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Venezuela ataca DEA por acusação de tráfico a parentes de Maduro

Governo não se pronunciou, mas cúpula do chavismo já defende familiares do presidente

Nicolás Maduro e sua mulher, Cilia Flores.
Nicolás Maduro e sua mulher, Cilia Flores.REUTERS

Ainda não há posição oficial do Governo venezuelano sobre a detenção no Haiti, há uma semana, de dois sobrinhos da primeira-dama do país, Cilia Flores, acusados de conspirar para introduzir 800 quilos de cocaína nos Estados Unidos. Mas a alta hierarquia do regime começa a dar explicações sobre o que pode ter acontecido. O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, afirma que os dois rapazes foram sequestrados pela agência antidroga dos EUA.

Cabello se referiu ao assunto em uma entrevista ao canal Globovisión, sem citar o parentesco de Efraín Campo Flores e Franqui Francisco Flores com a primeira-dama. Uma hipótese similar foi elaborada na sexta-feira pelo jornal chavista Últimas Notícias ao analisar as circunstâncias da detenção dos dois venezuelanos quando aterrissavam no aeroporto de Porto Príncipe (Haiti). O avião no qual viajaram de Caracas não foi apreendido pelos agentes da DEA, voltando à Venezuela com seus quatro tripulantes. Na acusação apresentada na semana passada em uma corte federal de Nova York contra os dois venezuelanos, não se fala de nenhuma substância apreendida, e sim da promessa de enviar drogas para os Estados Unidos, uma tentativa que é punida por leis federais desse país.

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O chavismo está se concentrando nessa hipótese para organizar a defesa dos dois familiares da primeira-combatente, expressão que identifica Flores na linguagem governamental. Cabello acrescentou que no caso de um dos jovens – ele não identificou qual – tampouco está provado o vínculo com a esposa do presidente Nicolás Maduro. E, sendo assim, deixou entrever, o governante e sua mulher não são os responsáveis pelas ações de seus sobrinhos. “Eu não posso estar às dez da noite me perguntando o que estará fazendo o meu parente. São pessoas maiores de idade e responsáveis por seus atos”, argumentou. O chefe do Poder Legislativo venezuelano acredita que se trata de um ataque político em plena campanha eleitoral, com a intenção de “causar dano à revolução bolivariana”.

O regime também utilizou essa explicação quando, em julho de 2014, foi detido em Aruba o general Hugo Carvajal, ex-chefe da inteligência militar chavista, por supostas atividades relacionadas ao tráfico de drogas. Uma intensa ofensiva diplomática com a Holanda terminou impedindo que o funcionário fosse extraditado para os Estados Unidos. A primeira audiência do julgamento, prevista para hoje, foi adiada para 2 de dezembro.

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