Neymar brilha no Barcelona
Atacante, que fez gol genial, embalou o Barcelona na vitória sobre o Villarreal
Não há no momento jogador melhor que Neymar para resolver a partida mais difícil. Não repara no adversário, por mais complicado que seja: o Villarreal. Nem no horário: 16h (na Espanha), ruim na história do Barça. Também não dá bola para o calendário: espera por Madri. E não se abala com a advertência - e depois cartão – dada pelo árbitro antes do jogo: Clos Gómez o obrigou a deixar a faixa de cabelo e o brinco no vestiário, depois do aquecimento, no Camp Nou. E até a ausência de Messi mais o anima e motiva que preocupa quando a partida está 0 a 0. Neymar se diverte no estádio, em Getafe e em Port Aventura, fora e dentro do campo, a caminho desinibidamente do Bernabéu.
BARCELONA 3 X VILLARREAL 0
Barcelona: Bravo; Alves, Piqué (Bartra, m. 81), Mathieu, Jordi Alba; Sergi Roberto, Busquets, Iniesta; Munir (Sandro, m. 78), Luis Suárez e Neymar. Não entraram: Ter Stegen; Adriano, Vermaelen, Samper e Gumbau.
Villarreal: Areola; Mario, Bonera, Víctor Ruiz, Jaume Costa; Castillejo (Samuel, m. 79), Pina (Bakambu, m. 65), Bruno, Dos Santos, Denis Suárez; e Soldado. Não entraram: Barbosa; Nahuel, Jokic, Trigueros e Rukavina.
Gols: 1-0. M. 60. Neymar. 2-0. Luis Suárez, de pênalti. 3-0. M. 85. Neymar.
Árbitro: Clos Gómez advertiu Mathieu, Iniesta, Mario, Suárez, Neymar, Piqué e Costa.
Camp Nou. 74.109 espectadores.
Neymar se parece por seus lances técnicos com Ronaldinho. Também define, como costumava fazer Rivaldo. E traz à memória Romário, por sua movimentação. O futebol mais desejado do Brasil está personificado na figura de Neymar, rei também do Barça, autor de um gol monumental no Camp Nou. O anseio por Messi esfriou desde a chegada do camisa 11. A julgar por sua trajetória desde a lesão do camisa 10, Neymar parece disposto a encarar sozinho Cristiano Ronaldo em Chamartín. A ideia é que não se deve ter pressa na recuperação de Messi. A torcida comemora o entrosamento de Neymar e Suárez e se belisca enquanto espera a volta de Messi.
O jogo doce e lúdico de Neymar foi o melhor antídoto para um confronto tenso e que normalmente foge do controle emocional, como gostam técnicos metódicos como Marcelino. O camisa 11 acabou com a resistência do Villarreal, cedeu depois generosa e estrategicamente a cobrança de um pênalti a Luis Suárez e arrematou a tarde com um prodigioso 3-0: tomou a bola numa inversão em campo aberto, passou para Luis Suárez e entrou na área para receber, matar no peito na corrida, driblar Jaume Costa de costas com um chapéu e, de virada, arrematar com o pé direito sem deixar a bola cair – e sem defesa para Areola. Os lenços do Barça substituíram as estelades no Camp Nou.
Obra-prima de Neymar
Nada parece impossível para Neymar. O Barça precisou do brasileiro em sua melhor forma para dobrar um rival admirado pelos torcedores sem enfeites, que gostam de futebol, de bons jogadores como Bruno. O Villarreal sempre exigiu do Barcelona muita dedicação, paciência, desequilíbrio e concentração, por mais que ultimamente defenda melhor suas traves que ataque o adversário, também no Camp Nou. Para o Barça foi difícil chegar a Areola. Mal havia espaço para armar o chute, apesar das jogadas brilhantes de Iniesta e Neymar. É necessário ter precisão para vencer uma equipe que pressiona muito e compete com excelência a partir da boa organização de García Toral.
As chances rareiam, o estresse é extremo, e as intervenções do árbitro são acompanhadas atentamente, especialmente quando se trata de Clos Gómez, tão autoritário que advertiu Iniesta, Luis Suárez e Neymar. O destino da disputa ficaria por conta de qualquer erro ou ação individual, o que afetou os torcedores, sentados num estádio de futebol como se estivessem no cinema, assistindo a um suspense futebolístico no Camp Nou. Para o Barça o único remédio era esperar uma oportunidade e aproveitá-la, porque no banco não havia alternativa que não Sandro, hoje mais arrematador e menos jogador que Munir.
Torcida comemora entrosamento de Neymar e Suárez e se belisca enquanto espera volta de Messi
A arbitragem despertou Neymar depois do intervalo e esquentou o público, que começou a cantar “Juiz, como você é ruim”. Aumentou a intensidade barcelonista, surgiu Busquets para decifrar o jogo, e Neymar definitivamente entrou em campo. Busquets entendeu que seria possível vencer o Villarreal com pressão e recuperação, mais do que com a armação, e criou a jogada que decidiu a disputa: foi atrás de Bruno no campo adversário, tomou-lhe a bola e lançou em profundidade para Neymar, preparado para receber e definir: 1-0. Até Bruno, o ótimo volante do Villarreal, foi vencido pela antecipação do eficientíssimo e discreto Busquets.
Aberto o placar, surgiram as carências ofensivas do Villarreal e os ótimos e vertiginosos avanços do Barça. Jaume Costa errou diante de Munir, e o pênalti foi convertido por Luis Suárez, graças à gentileza de Neymar. O brasileiro se guardou para o 3-0. Uma obra-prima. O brasileiro e o uruguaio somam 20 dos 23 gols desde que Messi está fora, e a equipe deixou de marcar —nenhum gol nos últimos quatro confrontos— para recuperar solidez e confiança, às vésperas do clássico de Madri.
Já não se diz que Neymar desrespeita o rival, mas se comemoram seus gols, nenhum até agora como o terceiro deste domingo contra o Villarreal, à altura dos melhores de Messi.
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