Volkswagen fará recall de 8,5 milhões de carros em toda a Europa
Empresa alemã entrará em contato com os afetados pela fraude a partir de janeiro de 2016
O grupo Volkswagen iniciará em janeiro de 2016 um dos maiores recalls da história do setor na Europa. As autoridades alemãs descartaram o plano de reparações voluntárias anunciado pela empresa, o que a obrigou a iniciar a inspeção de 8,5 milhões de veículos em toda a União Europeia, onde se encontra a maior parte dos 11 milhões de carros que possuem o software fraudulento em todo o mundo. O processo pode se estender durante todo o ano que vem.
O recall foi anunciado na tarde de quinta-feira pela empresa depois que o Escritório Federal de Veículos Motorizados (KBA) recusou seu plano e exigiu uma revisão geral. Horas depois, a Volkswagen divulgou uma carta do executivo-chefe do grupo, Matthias Müller, ao ministro dos Transportes alemão, Alexander Dobrindt. “A Volkswagen vive um período muito difícil. A decisão do Escritório Federal de Veículos Motorizados abre um caminho para se conseguir uma ação comum e acordada em todos os Estados membros da União Europeia”, disse o novo executivo-chefe da Volkswagen.
“Esta medida pretende favorecer os interesses dos clientes e recuperar a confiança perdida”, acrescenta. Na carta dirigida ao ministro dos Transportes, Müller reitera que o grupo apresentará ”a execução técnica das medidas propostas” com todos os detalhes possíveis no final de novembro.
Em seu comunicado, a Volkswagen disse também que se encarregará de contatar e informar diretamente os proprietários dos carros afetados, que podem verificar no site da empresa se seu veículo possui o dispositivo modificado, e negou que seus novos motores a diesel EA 288 estejam entre os afetados.
Na manhã de quinta-feira, horas antes da empresa anunciar o recall em massa que pretende realizar quase um mês depois da revelação do maior escândalo da história da Volkswagen, o KBA já havia solicitado à empresa a revisão dos 2,4 milhões de automóveis afetados que circulam pelas ruas e estradas alemãs. Os carros estão equipados com motores a diesel e um sofisticado dispositivo ilegal que permite a diminuição dos níveis de emissões de gases poluentes quando submetidos a controles.
“Estamos pedindo que sejam revisados”, disse um porta-voz do órgão federal confirmando uma informação do jornal Bild. A drástica medida exigida pelas autoridades foi confirmada pelo ministro dos Transportes, Alexander Dobrindt, que disse que o recall deve ser feito. O ministro afirmou que os carros afetados podem continuar em circulação e acrescentou que a revisão se iniciará no começo do próximo ano.
“O Escritório Federal de Veículos Motorizados irá monitorar desde o começo a realização da medida”, disse o ministro em Berlim durante uma entrevista coletiva. “A Volkswagen apresentará às autoridades competentes no final de outubro um novo software para os modelos de 2,0 litros e fará o mesmo com os modelos de 1,6 e 1,2 litro no final de novembro”, acrescentou.
Recusa do plano inicial
Depois de admitir o engano, a empresa automobilística ofereceu revisar os carros de todos os usuários que o solicitarem voluntariamente, uma medida que pretendia colocar em prática em 2016 e foi recusada pelas autoridades.
No “extenso relatório” que, segundo o ministro Dobrindt, a Volkswagen enviou ao KBA na semana passada, a empresa propôs realizar mudanças no software dos veículos com as versões de 1,2 e 2,0 litros do motor a diesel EA 189. Para a versão de 1,6 litro a Volkswagen admitiu que era necessário substituir alguns componentes do motor.
Ainda não está claro como será realizado o recall dos veículos, nem quanto tempo a empresa precisará para consertar os carros. Por enquanto, só está claro que a empresa de Wolfsburg entrará em contato com os afetados para lhes explicar o caminho a seguir e que arcará com todos os custos.
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