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Hospital espanhol aceita desligar a sonda que alimenta uma menina

Pais mantinham uma batalha com os médicos para deixar que sua filha morresse

Os pais de Andrea.Foto: reuters_live | Vídeo: Óscar Corral | Atlas

Os médicos decidiram retirar a sonda de alimentação que mantinha viva Andrea, uma menina de 12 anos que sofre de uma doença degenerativa irreversível no Hospital Universitário de Santiago de Compostela (Galícia, Espanha).

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Os pais da menor mantiveram durante semanas uma batalha judicial com os pediatras do centro, que até agora tinham se recusado a admitir o “grave sofrimento” que, segundo a família, Andrea suportava. Na segunda-feira, enquanto se reuniam com um juiz tentando obter uma autorização para desligar a sonda, os médicos mudaram de critério. Reconheceram que a postura inicial deles, categoricamente contrária à desconexão do suporte vital, “não obedecia a critérios estritamente médicos” e que a saúde da menina piorou, de acordo com fontes familiarizadas com o caso.

As mesmas fontes relacionam a mudança de opinião da equipe médica com a demissão da conselheira do Ministério de Saúde do Governo da Galícia (que descreveu como “eutanásia ativa” o pedido da família) e o medo de que o hospital recebesse uma sentença judicial contrária. Na semana passada, um juiz pediu ao chefe do Serviço de Pediatria uma “análise exaustiva” e uma explicação das razões pelas quais, em sua opinião, “a paciente não sente dor ou sofrimento excessivo”. Um comitê de ética assistencial recomendou em setembro que a alimentação assistida fosse retirada da menina, que é alimentada com a injeção de líquidos e nutrientes no estômago, mas o hospital não levou o relatório em conta.

O pai da pequena, internada desde julho, descreveu como “ultrajante” o fato de precisar recorrer à justiça para acabar com o sofrimento de sua filha.

Os médicos planejam sedar Andrea nas próximas horas e manter uma “hidratação mínima”.

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