Hospital espanhol aceita desligar a sonda que alimenta uma menina
Pais mantinham uma batalha com os médicos para deixar que sua filha morresse
Os médicos decidiram retirar a sonda de alimentação que mantinha viva Andrea, uma menina de 12 anos que sofre de uma doença degenerativa irreversível no Hospital Universitário de Santiago de Compostela (Galícia, Espanha).
Os pais da menor mantiveram durante semanas uma batalha judicial com os pediatras do centro, que até agora tinham se recusado a admitir o “grave sofrimento” que, segundo a família, Andrea suportava. Na segunda-feira, enquanto se reuniam com um juiz tentando obter uma autorização para desligar a sonda, os médicos mudaram de critério. Reconheceram que a postura inicial deles, categoricamente contrária à desconexão do suporte vital, “não obedecia a critérios estritamente médicos” e que a saúde da menina piorou, de acordo com fontes familiarizadas com o caso.
As mesmas fontes relacionam a mudança de opinião da equipe médica com a demissão da conselheira do Ministério de Saúde do Governo da Galícia (que descreveu como “eutanásia ativa” o pedido da família) e o medo de que o hospital recebesse uma sentença judicial contrária. Na semana passada, um juiz pediu ao chefe do Serviço de Pediatria uma “análise exaustiva” e uma explicação das razões pelas quais, em sua opinião, “a paciente não sente dor ou sofrimento excessivo”. Um comitê de ética assistencial recomendou em setembro que a alimentação assistida fosse retirada da menina, que é alimentada com a injeção de líquidos e nutrientes no estômago, mas o hospital não levou o relatório em conta.
O pai da pequena, internada desde julho, descreveu como “ultrajante” o fato de precisar recorrer à justiça para acabar com o sofrimento de sua filha.
Os médicos planejam sedar Andrea nas próximas horas e manter uma “hidratação mínima”.