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A freira que brilha nos fogões do MasterChef do México

Irmã Flor Ruiz cativa o público e os jurados na primeira edição do ‘reality show’

Sonia Corona
A irmã Flor, em um episódio do MasterChef México.
A irmã Flor, em um episódio do MasterChef México.FACEBOOK

Ela é chamada de freira maravilha e mais de uma vez salvou-se milagrosamente da eliminação dos fogões do MasterChef México. A religiosa Florinda Ruiz cativou o público e os jurados da primeira edição do reality show no México. Seus colegas na competição atribuem seu sucesso ao tempero, mas também ao carisma. A irmã, de 67 anos, é a primeira participante da franquia internacional a enfrentar as críticas culinárias vestindo um hábito religioso e dedicada à Virgem.

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A irmã Flor busca no concurso culinário uma solução para aliviar a dívida de sua congregação com o banco. A irmandade das filhas da paixão de Cristo e Maria Dolorosa tem uma dívida de sete milhões de pesos (cerca de 1,7 milhão de reais), resultado da construção de uma escola. Com o milhão de pesos que o reality dá ao vencedor, a religiosa quer amortizar os compromissos financeiros da irmandade. Sua perseverança a colocou entre os seis melhores cozinheiros do programa.

Com um sorriso e seu hábito preto, a irmã Flor se apresentou às provas do MasterChef México com uma simples sobremesa de chuchu, uma receita tradicional de seu convento. Mas garantiu o avental com uma espiral de três carnes com molho de chile ancho. Desde então, os molhos se tornaram a chave de sua ascensão entre os concorrentes e suas orações se tornaram a chave de seus vínculos com os telespectadores mexicanos. 80% dos mexicanos praticam o catolicismo, de acordo com o censo nacional. “Para mim é comparável o amor que tenho a Deus com o amor que tenho pela cozinha”, sentenciou a irmã em alguma das edições do programa.

Florinda Ruiz é a religiosa responsável pela cozinha do Seminário Palafoxiano na cidade de Puebla (centro do México). Seu perfil é perfeitamente condizente com a fama das freiras de Puebla, especialistas em cozinha e criadoras de célebres pratos mexicanos como o mole poblano [molho típico do estado de Puebla, preparado com vários tipos de pimenta e com chocolate, para temperar o picante] e o chile en nogada [pimentão verde recheado com carne moída e frutas, coberto com creme de nozes]. A irmã Flor mostra em seu repertório culinário sua origem humilde e seu apego a uma das cidades mais conservadoras do México. O resto dos cozinheiros sabe que não pode competir com ela quando se trata de pratos originais de Puebla.

A irmã Flor se apresentou às provas do MasterChef México com uma receita tradicional de seu convento

“Eu acho que a senhora tem um pacto com o diabo”, soltou a chef Beatriz Vázquez, jurada da competição, quando a freira apresentou um prato de tinga de pollo [peito de frango desfiado com molho de pimenta] acompanhado de arroz com hortaliças. Os jurados devoraram sua criação e ela pediu que não lhe falassem mais de Lúcifer. “Mãe Santíssima, rogo pelos jurados”, disse a eles. A produção do programa aproveitou a personalidade da religiosa –simpática e serena– para apaziguar os momentos mais tensos da competição. Alguns de seus colegas criticaram os juízes por tratarem a irmã com mais consideração do que o resto dos participantes.

Seu último pecado foi servir um de seus famosos molhos fora do tempo regulamentar. A travessura quase lhe custa a permanência no reality. Os outros concorrentes não a perdem de vista, alguns a consideram uma vantagem e a acrescentam à sua equipe; outros acreditam que sua sabedoria e talento são finitos. Seus seguidores oram por ela. Em cada episódio, ela se entrega a São José.

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