A Europa deve agir
As tragédias diárias com mortes de imigrantes no Mediterrâneo e no Leste europeu exigem uma ação comum e eficaz
A Europa enfrenta uma crise sem precedentes com milhares de pessoas que fogem da guerra e da miséria não só em suas portas, mas dentro de suas fronteiras, como mostram as imagens da semana passada na Grécia, Macedônia, Sérvia e na fronteira deste país com a Hungria. E gostemos ou não, não se trata de um problema que pode ser corrigido com tempo.
Dezenas de milhares de pessoas – as que já chegaram e as que estão a caminho – precisam de uma solução urgente, para o que é uma autêntica crise humanitária. Também precisam de ajuda os moradores da ilha grega de Kos ou da italiana Lampedusa, que viram seus lares se transformarem em um refúgio minúsculo e sem recursos para aqueles que arriscam suas vidas por uma chance de uma vida melhor, ou simplesmente, para conseguir viver. Os testemunhos dos refugiados sírios ou afegãos dão uma ideia do inferno que deixaram para trás.
É possível criticar muito duramente a UE, porque esta crise não é uma surpresa para ninguém. A Espanha e a Itália, por exemplo, há anos pedem ajuda a seus sócios para abordar de maneira conjunta a tragédia que se transformou a fronteira sul da Europa. Nesta sexta-feira ficamos sabendo do naufrágio de dois barcos que partiram da Líbia, com uma estimativa inicial de 200 mortos, segundo a ACNUR. As missões de vigilância ou as cotas de imigrantes são apenas remendos para um fenômeno em grande escala que, se não for tratado com rapidez e vontade, pode colocar em risco os avanços cruciais no processo de construção europeia como a abertura das fronteiras no interior da União.
A morte de 71 vítimas dos traficantes de pessoas dentro de um caminhão frigorífico na Hungria é, entre outras coisas, uma triste lembrança de que há gente que já está atuando e lucrando com essa crise.
A Europa deve ser generosa e, ao mesmo tempo, adotar uma estratégia global e séria. Estão em jogo a vida dos refugiados e o modo de vida dos europeus.
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