Os pontos fundamentais da Liga Espanhola de futebol
Dos problemas de Luis Enrique e Benítez ao acompanhamento de Asensio, Óliver e Valéron
A nova fase do Real Madrid
A saída de Ancelotti e Casillas, a chegada do técnico Rafa Benítez e o posicionamento de Bale são os sinais mais nítidos de que uma nova fase começa para o Real Madrid. Benítez terá que passar pela prova do peso da camisa púrpura, de sua capacidade para suportar a pressão nesta nova temporada da Liga Espanhola de Futebol, que começou na última sexta-feira. Trabalhou durante a pré-temporada para dotar a equipe de maior solidez defensiva. Talvez uma das melhores versões já vistas de uma equipe sua tenha sido a do Liverpool, que passou por cima do Madrid na Champions em 2008. Um conjunto muito organizado, agressivo na pressão e com conceitos tão claros e tão trabalhados no ataque que formou um rolo compressor muito natural.
É preciso ver como Benítez vai lidar com este Bale mais livre –e qual é sua verdadeira intenção. Se simplesmente pretende aumentar seu número de finalizações ou se posicioná-lo como volante visa a dar o peso da cadência do jogo nessa área. A outra variação em vista é abrir mão de Benzema e dar a ponta do ataque a Cristiano Ronaldo e a Bale, para formar em 4-4-2. O goleiro, seja De Gea, Keylor ou Casilla, terá que conviver com a dupla pressão de se colocar sob as traves do Bernabéu e substituir Casillas.
Os furos no Barça e os três elementos vencedores
Como o Madrid, o Barcelona até agora não assinou com nenhum titular absoluto, mesmo tendo pago 160 milhões de reais por Arda e 68 milhões de reais por Aleix Vidal, que não estrearão até janeiro. A saída de Xavi e de Pedro deixa o técnico Luis Enrique sem os dois principais reservas da equipe que venceu tudo no ano passado. Não há um suplente de peso para qualquer ausência no trio Messi, Luis Suárez e Neymar, porque Sandro e Munir não se firmaram. A única opção é Rafinha, mas nenhuma das três posições da frente do ataque é sua posição natural. Sergi Roberto também não alçou voo suficientemente alto para ter a importância de Xavi, que estava destinada a Thiago. Até janeiro, Luis Enrique terá que encarar os três torneios nacionais e o mundial de clubes com essa notável carência. A perda da Supercopa deixou à mostra furos na defesa e um banco de reservas que não tem estado à altura. Há três elementos que unificam o Barça de Rijkaard, Guardiola e Luis Enrique: o toque de bola, a alta pressão e Messi. O primeiro é garantido pela cultura e pelos jogadores. Conseguir manter o segundo é fundamental para o técnico. A pressão costuma radiografar equipes muito seguras. Quando o Barça não teve essa pressão, o volume de títulos caiu notavelmente. O terceiro elemento, Messi, também é decisivo. Se está ligado, quando o toque não é suficiente, costuma compensar com gols, roubadas e assistências.
Rumo às equipes totais
Se houve uma equipe na temporada passada capaz de ter caras diferentes de acordo com o tipo de partida foi o Sevilla de Emery. Passou a sensação de que o time podia disputar qualquer tipo de jogo mudando a cara de seu meio de campo, para jogar no contra-ataque, para encarar duelos de força ou para levar o jogo no domínio da bola. Rumo a essa versão de equipe total parece que se encaminha também o Atlético de Madrid de Simeone, que tem jogadores para tomar a iniciativa ou para aproveitar os contra-ataques. Nuno também procurou essa dupla face no Valencia. Em sua segunda temporada, o técnico português não poderá contar com a vantagem do ano passado, quando não participou de nenhuma competição europeia e tinha a semana toda para se preparar para as partidas da Liga. Também será preciso ver como digere a saída de Otamendi, que tinha se tornado o líder natural da equipe. Nesse segundo vagão também surge o Villarreal de Marcelino, talvez menos flexível no estilo com que muda seus jogadores no ataque. Nas laterais perdeu Giovanni e Cherisev para dar lugar à dupla vinda de Málaga, Samu e Samu Castillejo. Na frente, perdeu Vietto para apostar em Leo Baptistão e Soldado. O crescimento dessas equipes pode gerar uma Liga menos definida na luta pelo título, já que elas podem tirar pontos do Madrid e do Barça. Para o primeiro, os seis pontos que perdeu para o Madrid lhe custaram o título.
De olho em:
Óliver Torres: Uma das sensações da pré-temporada. Voltou de empréstimo feito ao Oporto. Não fazia parte do grupo de titulares de Simeone, mas convenceu o técnico argentino a começar de cara no campeonato. Deu-lhe sequência no jogo ofensivo e muitos toques de classe.
Asensio: O grande descarte de Benítez. Seu verão tem sido emocionante para o madridismo, que vai vê-lo se desenvolver no Espanyol. Uma técnica apurada e uma capacidade para armar o jogo que não é natural em um garoto da sua idade.
Arda: Quando puder estrear em janeiro, será possível avaliar sua capacidade para se adaptar a um estilo que ele mesmo sempre disse que o confundia.
Van der Vaart: Um veterano que pode dar volume de jogo ao Betis. Com 31 anos, chega para jogar no Sul, onde estão suas raízes. Não é o Cádiz, o time de seus avós, mas tem os ingredientes que tornam os grandes boleiros uma mistura de ídolos e lendas.
Konoplyanka: Superação e velocidade para o Sevilla de Emery. Um jogador que pode ajudá-lo a dar um salto qualitativo e ficar perto dos três grandes.
Valerón: Aos 40 anos, tem a chance de mostrar que ainda pode fazer sua equipe jogar. Esta parece mesmo ser sua última temporada, e é provável que cada estádio que visite se torne uma homenagem a seu jeito de entender o jogo.
Areola: O Villarreal conseguiu o trabalho de um dos goleiros jovens de maior projeção na Europa. Com 20 anos e 1,90 m de altura, é visto por muitos como um clone de Courtois.
Betis, Las Palmas e Sporting: Três com história e três estádios que voltam para encorpar o campeonato.
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