“O leão Cecil demorou dois dias para morrer. É uma grande tragédia”
Presos os dois acompanhantes do caçador espanhol, que ainda não foi identificado
“A morte do leão Cecil é uma tragédia. Não só porque era um símbolo do Zimbábue, mas porque agora podemos dar seus seis filhos como perdidos também. O novo chefe do bando não vai permitir que vivam, vai matar todos eles”, assegura a EL PAÍS Johnny Rodrigues, diretor da Equipe de Preservação do Zimbábue. “As duas pessoas que faziam parte da expedição com o caçador já foram presas e ficarão à disposição da justiça, mas não temos sua identidade e não queremos alimentar rumores. Mas realmente o caçador, que ainda não foi preso, é espanhol”, acrescenta Rodrigues.
Com um arco, uma flecha —e um pagamento antecipado de 50.000 euros— o caçador desconhecido matou este leão de 13 anos. “A caça foi ilegal”, sentencia taxativo o representante do Governo do Zimbábue. “Os três agressores não tinham licença e perseguiram o felino por dois dias depois de feri-lo”, acrescenta. Segundo seu relato, depois de mais de 40 horas de caça, acabaram com a vida de Cecil com um disparo nos arredores da reserva em que vivia, dentro dos limites da concessão de Gwaai, até onde foi conduzido com uma isca de carne e um rastro de sangue. Ficaram com a cabeça como troféu. “Sem dúvida, foi horrível. Tudo que fizeram foi ilegal”, assegura Rodrigues, consternado. “Tentaram destruir o GPS que estava no leão e que lhe permitia andar com liberdade pelo parque, mas não conseguiram”, acrescenta
O caçador pertence à Associação de guias e caçadores profissionais local (ZPHGA, na sigla em inglês), que, em um comunicado oficial, confirmou que um de seus membros liderou a caça e garante que os fatos estão sendo investigados. Membros da ZPHGA afirmam que era um safári privado, mas o Governo insiste que o leão vivia na reserva e que era protegido. A Associação dos caçadores, que não quis fazer comentários sobre questões legais, suspendeu o caçador indefinidamente por desrespeitar as normas de comportamento do clube.
Por ser o maior felino da região, Cecil era uma atração turística do país. Os vizinhos do país africano recorreram à mídia para expressar seu horror, apenas alguns dias depois que 23 elefantes bebês foram capturados e exportados para a China, no mesmo parque Hwange.
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