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O pesadelo de Neymar

Craque perde a cabeça no final do jogo e dá uma bolada no colombiano Armero

Neymar (curvado) troca empurrões com Bacca antes de ser expulso.
Neymar (curvado) troca empurrões com Bacca antes de ser expulso.AFP

A imprevisibilidade do futebol – justamente o que faz dele o esporte mais popular do mundo – também atinge os grandes craques. Apenas 72 horas antes, contra o Peru, Neymar havia deslumbrado os torcedores ao apresentar um repertório virtualmente inigualável, além de garantir a vitória no penúltimo minuto. Na noite da quarta-feira, vítima do solidário sistema defensivo colombiano e de uma partida soberba de Roca Sánchez, o atacante brasileiro sofreu cinco faltas, falhou em duas chances claras de gol e ficou isolado em campo durante alguns momentos do jogo. Não bastava que o Brasil perdesse seu primeiro jogo na era Dunga. Neymar perdeu também a cabeça, já depois do apito final, e cometeu uma estupidez – uma bolada no colombiano Armero, que estava de costas – que terminou em confusão. Neymar foi afastado pelo adversário James Rodríguez, que falava ao seu ouvido. O 10 brasileiro já se dirigia para o vestiário quando o árbitro chileno Enrique Osses o expulsou, junto com Carlos Bacca, que o havia empurrado em resposta à bolada. O jovem capitão do Brasil, astro absoluto do seu time, ficará suspenso por dois jogos, uma notícia terrível não só para ele, mas também para o Brasil e – por que não? – para a própria Copa América.

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Na entrevista coletiva pós-jogo, Dunga deixou escapar que o seu principal jogador pode ter sido afetado por realidades extracampo (alusão à notícia, divulgada poucas horas antes do jogo, de que a Justiça espanhola tornou o jogador e seu pai réus por “corrupção e fraude”, acusações relacionadas à contratação dele pelo Barcelona). “Todos somos seres humanos”, sentenciou Dunga. “É difícil separar a vida pessoal da profissional.”

Mesmo sem a expulsão do final, Neymar já estaria impedido de disputar o último jogo da primeira fase, no domingo, contra a Venezuela, pois havia acumulado dois cartões amarelos (ambas bastante infantis) contra o Peru e a Colômbia. Na quinta-feira, o Tribunal Disciplinar da Conmebol se reunirá para decidir a duração da suspensão de Neymar.

Diante da derrota, o treinador brasileiro se irritou com o adversário e com o árbitro. “Parecia que a Colômbia jogava por um prato de comida”, disse ele sobre a seleção de José Pékerman. Quanto a Osses, juiz de uma partida acalorada, declarou que “não teve o equilíbrio necessário, não soube controlar o jogo”. “Os jogadores estavam agitados e foram prejudicados por isso”, acrescentou Dunga.

Já o treinador argentino da Colômbia estava, como era de se esperar, bem mais satisfeito com o resultado, que considerou “justo”. “A Colômbia foi muito superior no primeiro tempo, e no segundo foi mais equilibrada”, afirmou. “Cada jogador cumpriu sua tarefa específica, esse é o futebol moderno. Há uma saudável concorrência, vejo uma evolução positiva na equipe. Estou convencido de que isso vai continuar melhorando.”

Neymar Jr. está fora da Copa América pelo menos até a semifinal, e talvez até a próxima edição do torneio, em 2019, se a seleção canarinha não corrigir o rumo que a leva atualmente na direção da irrelevância futebolística. A Venezuela terá no domingo (independentemente do seu jogo contra o Peru na noite desta quinta) uma ocasião inigualável de fazer história e empurrar o país do futebolpara o abismo esportivo.

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