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Copa América começa com o melhor do continente e boa parte do mundo

Mais antigo torneio de seleções apresenta um cartel formidável de estrelas

José Sámano
Vista geral do Estádio Nacional de Chile.
Vista geral do Estádio Nacional de Chile.C. García (REUTERS)

Se a temporada extenuante não evitar, a 44ª da Copa América, torneio de seleções mais antigo do planeta, será apaixonante e com um cartel formidável. Disputam a competição os clássicos Brasil, Argentina e Uruguai, com pedigree de Copa do Mundo, e equipes tão pujantes como a Colômbia e o Chile, que dessa vez é o anfitrião e está diante da grande chance de ganhar seu primeiro título. Nas seleções do torneio jogam muitos dos melhores futebolistas do mundo. Com Messi no posto principal, é a vez de Neymar, Thiago Silva, James Rodríguez, Cuadrado, Falcao García, Alexis Sánchez, Arturo Vidal, Agüero, Di Maria, Tévez, Godín, Cavani... Uma lista monumental de jogadores consagrados na elite europeia e somente uma grande ausência, o uruguaio Luis Suárez, ainda suspenso pela FIFA por conta de sua mordida. Um elenco de jogadores à altura do mais seleto do velho continente, talvez até com maior preponderância atual. Há um ano, na Copa do Brasil, com exceção da Alemanha, ninguém competiu melhor do que as seleções americanas.

A grande incerteza da Copa América é o estado físico dos jogadores e seu grau de fadiga mental no momento de enfrentar o desafio. Messi frisou ontem seu apetite de jogar com a azul e branca após o fiasco do Maracanã, mas precisará ver como está de energia extra. O gênio azul-grená reflete como ninguém a maratona do futebol. Leo terminou 2014 com uma final de Copa, fechou um 2015 tão bem-sucedido como de longa duração, sem esquecer que a Liga dos Campeões que acaba de descer suas cortinas está há uma piscada de sua abertura, prevista para 16 de agosto. A Copa América terminará em 4 de julho e, no caso de chegar à outra final, Messi, que faz 28 anos dia 24, não chegaria ao começo da próxima temporada no melhor de sua forma. Já se sabe que ele quer jogar todas as partidas, e se sente em dívida com a Argentina, sempre sob suspeita.

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Diante do inegável favoritismo da Argentina, o Brasil emerge entre todos, cuja desconfiança com a torcida não é pouca após a legendária goleada sofrida contra a Alemanha que deixou o velho 'Maracanazo' como uma questão quase menor. Dunga mantém a espinha dorsal, com alguns retoques frescos como o de Casemiro, jogador do Real Madri, e parte do elenco de Luiz Felipe Scolari. Outro jogador que será do Real na próxima temporada, o lateral Danilo, se lesionou no último momento e foi substituído por Daniel Alves, do Barcelona. Na frente, Neymar, que não sofreu o 1-7, como atrativo.

Mas argentinos e brasileiros não são os maiores vencedores do torneio, liderança que é do Uruguai com 15 títulos, um a mais que a azul e branca e sete a mais que a canarinho. Sem Suárez, a perda é considerável, ainda que os uruguaios tenham participado de poucos torneios como favoritos nos últimos anos. O mesmo que o Chile, algoz da Espanha em 2014, e que há tempos está a um passo de conquistar o troféu. Tem capacidade, recursos individuais, uma equipe muito voluntariosa e todo um país por trás. Inicialmente, o quinto aspirante ao título é a Colômbia, que deixou ótima impressão na Copa, com o magnifico James Rodríguez à frente, amadurecido antes do que o esperado, Carlos Bacca como artilheiro do Sevilla e duas incógnitas: Falcao, na reserva do Manchester United de Louis Van Gaal, e Cuadrado, parado em Londres, onde Mourinho o escalou como titular em três partidas, apesar dos cerca de 40 milhões de euros (140 milhões de reais) pagos pelo Chelsea à Fiorentina no começo do ano.

Com o Equador, Bolívia, México, Paraguai, Jamaica, Peru e Venezuela a priori com menos chances, a Copa América promete, e muito. Estrelas em débito com suas seleções, promessas diante de uma grande vitrine, jogadores que já não estão em seu melhor momento e precisam provar que ainda têm capacidade. Muito em jogo. De modo que o melhor da América e boa parte do Mundo estará no Chile.

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