Project Jacquard, a roupa inteligente do Google
Empresa apresenta protótipo de tecido que se conecta a dispositivos próximos
E se em vez de acrescentar tecnologia à roupa já pudéssemos comprá-la assim? Em plena guerra de wearables (termo em inglês que se refere ao que se pode usar), com relógios, pulseiras e colares inteligentes, o Google deu um passo à frente. Já não se trata de usar complementos, mas de vestir uma roupa cujo tecido seja capaz de se conectar aos aparatos que nos rodeiam.
Essa fantasia, que recebeu o nome de Project Jacquard, gerou grandes expectativas durante o segundo dia da I/O, a conferência anual do Google. O buscador pretende levá-la ao mercado por meio de uma parceria com a Levi's, a empresa de jeans que nasceu em San Francisco durante a febre do ouro.
A invenção consiste em um tecido com um fio condutor para receber sinais. Isso servirá, como se pode comprovar no vídeo, para controlar aplicativos móveis, desenhar, acender e apagar as luzes. A ideia inicial pretendia que qualquer tecido tivesse essa capacidade, e, certamente, será assim no futuro. Os primeiro protótipos contam com remendos que servem de tela touch (sensível ao toque).
Ivan Poupyrev, que se uniu à equipe em janeiro de 2014, foi o encarregado de apresentar o projeto. Embora não seja conhecido no mundo da moda, ele é considerado um dos pesquisadores mais criativos da Disney, empresa para a qual trabalhava antes. Poupyrev apareceu com uma jaqueta “85% algodão e 15% Project Jacquard”, explicou. Um remendo no braço, feito de fios de seda e de metais, que serviam de condutores, era o que a peça de roupa tinha de diferente. “É um grande salto passar de fazer aparelhos eletrônicos conectados a coisas, a fazer diretamente materiais que são interativos por definição. É poderoso, mas complexo”, explicou.
Project Soli
Ivan Poupyrev teve o privilégio de mostrar também uma inovação adicional, o Project Soli. Trata-se de um pequeno sensor de movimentos de detecta gestos. A apresentação lembrou o filme Minority Report: A Nova Lei. A finalidade é fazer com que os wearables atuais e os novos que surjam depois do Jacquard sejam mais fáceis de utilizar. Os relógios atuais têm suas interações limitadas às dimensões da tela, tanto para leitura como para introduzir dados. Com esta novidade, se poderia digitar, aumentar o volume e ler apenas realizando gestos no ar.
O grande valor desta invenção é, precisamente, sua adaptação. Pode ter qualquer forma possível. O criador explicou que o mais difícil foi criar um fio resistente, tanto ao processo de fabricação da roupa, com pregas, tensões e altas temperaturas, como também ao próprio desgaste pelo uso de suas funções touch. Outro dos desafios que enfrentam é a produção em grande escala. Na conferência, fizeram uma comparação para demonstrar melhor a magnitude. Nos Estados Unidos, a cada ano, são vendidas 19 bilhões de peças de roupa e apenas 128 milhões de telefones celulares.
Os primeiros protótipos eram de cor cinza. Uma exigência para trabalhar com a Levi's era, logicamente, que a tecnologia funcionasse com o azul marinho e com a textura dos jeans.
A filosofia por trás da inovação é que a tecnologia deixe de exigir atenção ou ações deliberadas, e que possa estar integrada às atividades humanas de maneira mais natural. “Para controlar o que quiser sem ter que usar nada especial”, disse.
Por enquanto, não se sabe a data de lançamento do produto, embora a Levi's tenha mostrado uma calça jeans com um bolso inteligente onde se coloca o celular e é possível trocar as músicas que o aparelho toca, atender ligações e regular o volume apenas com gestos. A intenção do Google é que mais empresas experimentem e acrescentem camadas de sensores ao material.
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