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Venezuela compara o Syriza e o Podemos com o chavismo

‘Número dois’ de Nicolás Maduro prevê o triunfo do partido de Pablo Iglesias na Espanha

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e primeiro vice-presidente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, comparou no domingo o chavismo com o partido espanhol Podemos e com a recente vitória do esquerdista Syriza nas eleições gregas. “Veja o que aconteceu na Grécia, veja o que vai acontecer na Espanha, mais cedo do que tarde. Isso é o chavismo, que está dando a volta no mundo inteiro”, disse o ex-tenente do Exército diante de um público composto por oficiais das Forças Armadas.

A comparação do chavista ocorre quando a liderança do Podemos na Espanha é questionada por suas ligações com o governo venezuelano e outros esquerdistas na região. No centro da controvérsia, está o cofundador da sigla, Juan Carlos Monedero, que recebeu em 2013 um total de 425.150 euros (quase 1,3 milhão de reais) dos Governos da Bolívia, Nicarágua, Venezuela e Equador por trabalhos de assessoria para implementar uma moeda comum e desenvolver a unidade financeira na América Latina.

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Cabello, considerado o número dois do chavismo e líder de sua ala militar-desenvolvimentista, deu estas declarações durante um ato comemorativo da rebelião comandada pelo tenente-coronel Hugo Chávez em 4 de fevereiro de 1992 contra o então presidente, o socialdemocrata Carlos Andrés Pérez.

Cabello, que participou do levante, reviu as causas e circunstâncias da insurreição, que trouxe à luz um grupo de militares que vinha conspirando secretamente e que com o tempo se transformou na cúpula do chavismo governante. Mas o também ex-vice-presidente da República, ex-governador do Estado de Miranda e várias vezes ministro, de 51 anos de idade, não perdeu a ocasião para defender-se das acusações que lhe imputam desde a última semana de janeiro, quando tornou-se público que um de seus seguranças – e também guarda, por sete anos, do próprio comandante Chávez –, o capitão de corveta Leamsy Salazar, teria desertado para os Estados Unidos e estaria depondo para as autoridades da Agência Norte-Americana de Luta contra as Drogas (DEA, na sigla em inglês), que preparam uma acusação por narcotráfico contra Cabello.

“Os ataques não são contra mim, mas contra o povo”, afirmou diante de seus ex-colegas de armas durante o ato, realizado no Campo de Carabobo (centro-norte da Venezuela), local da batalha na qual as forças de Simón Bolívar conseguiram em 1821 a vitória decisiva contra as tropas imperiais da Espanha. “Esses ataques não fazem mais do que fortalecer nossa vontade para continuar lutando”.

Reiterou, entretanto, sua vontade de realizar demandas judiciais contra os veículos de comunicação nos quais a versão se originou. Enumero o jornal ABC de Madri, o portal venezuelano Lapatilla.com e os jornais de Caracas EL Nacional e TalCual – este último a ponto de sair de circulação, depois de outro processo aberto por Cabello nos tribunais –. “Irei à justiça para que tenham de provar do que estão me acusando”, jurou, “e estou certo de que, quando tomar essas medidas legais, o povo venezuelano ficará feliz porque nós somos amantes da verdade”.

No momento em que as novas acusações contra Cabello vieram a público, este buscou defender-se atrás da solidariedade militar. O ministro da Defesa e Chefe do Comando Estratégico Operacional (CEO), general Vladimir Padrino López, emitiu na sexta-feira um comunicado em nome das Forças Armadas apoiando seu colega de promoção, no qual dizia: “Os inimigos do povo, atuando com vileza, covardia e de maneira sub-reptícia, tentam relacioná-lo com atividades ilícitas sem nenhum tipo de provas”, assegura o texto, “temos a certeza, entretanto, que sua condição de soldado, sua altura moral, sua valentia espiritual e física lhe permitirão vencer esta batalha contra a malignidade da oligarquia”.

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