Sexto ato contra a tarifa vai até a casa de Haddad e não tem repressão
Manifestantes entregaram, simbolicamente, o 'troféu catraca' ao prefeito


Se já estivesse em casa, Fernando Haddad (PT), teria recebido uma visita surpresa no final da tarde desta quinta-feira. Milhares de manifestantes se dirigiram até a frente da casa do prefeito de São Paulo, na rua Afonso de Freitas, no bairro do Paraíso, para protestar contra o aumento da tarifa do transporte público na cidade.
O sexto ato contra a tarifa teve início no MASP, na Avenida Paulista, por volta das 18h30. Pouco depois de iniciar a tradicional assembleia para decidir o trajeto da marcha, uma pequena passeata de professores da rede pública do Estado de São Paulo chegou para se juntar ao movimento. Com faixas de protesto contra a falta d'água no Estado e contra a demissão de professores, a categoria aderiu à manifestação, que, no início tinha 5.000 pessoas segundo os organizadores.
Para Andreza Delgado, do MPL, outras organizações aderirem à marcha é um sinal de que o movimento pode começar a crescer mais. "Acho que é sintomático", diz. "Nós não somos os donos da luta".
O trajeto seguiu pela Avenida Paulista em direção ao bairro do Paraíso. Em frente à casa do prefeito, o MPL entregou, simbolicamente - já que Haddad ainda não havia chegado em casa ainda - o 'troféu catraca 2015', uma catraca dourada, que foi erguida em frente ao prédio onde o prefeito vive. "Achei que ele vivesse em um palácio", disse uma manifestante, que, até então, não sabia onde o prefeito morava, um prédio de classe média na zona sul da cidade.
Da casa de Haddad, a marcha seguiu para a Avenida 23 de Maio em direção à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde terminou, de forma pacífica, por volta das 22h. De acordo com o MPL, o movimento reuniu 7.000 pessoas. A Polícia Militar informou, por meio do Twitter, que cerca de 1.000 manifestantes participaram do ato. Ainda segundo o Twitter da Polícia Militar, 800 policiais foram mobilizados para a ação. Dois manifestantes foram detidos portando bolas de gude e spray. O Monumento às Bandeiras, onde o ato foi encerrado, foi pichado e uma agência bancária foi depredada, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Apesar disso, não houve confronto com a PM.
Uma próxima manifestação já está marcada para a próxima terça-feira, dia 3, em Pirituba, na zona norte da cidade. A luta agora é pela redução da tarifa "de três reais para baixo", segundo os manifestantes. E se o valor baixar, eles prometem continuar se mobilizando. "Se o prefeito revogar um aumento, como fez em 2013, continuaremos nossa luta na periferia, do mesmo jeito que fizemos naquele ano", disse Andreza.
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