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O ACENTO
El acento
Texto no qual or author defends ideias e chega a conclusões is based on its interpretação dos fatos ou dado

Havia vacas em Marte?

Comunidade científica estuda uma fonte de metano no planeta vermelho

marcos balfagón

Até entre os gases existem as classes. Assim temos a aristocracia – não é à toa que se chamam gases nobres –, na qual podemos encontrar denominações que evocam divindades, como o hélio, ou descrevem alguma das suas características em grego clássico, como o argônio ou o criptônio. Sem falar que este último – sob a variação inglesa Krypton – pode reivindicar a honra de ser a terra natal do super-herói mais famoso da Terra.

No outro lado, está a classe trabalhadora dos gases, essa cujos nomes evocam a cor laranja berrante, o cheiro de borracha queimada, o som de botijões e o alarido dos postos de gasolina. São, entre outros, o butano, o propano e o octano. Mas, puxa vida!, entre os gases acontece a mesma coisa que com as pessoas, e dentro das classes há mais classes. Todos os alcanos olham por cima do ombro para o metano, um gás que, no planeta Terra, tem o azar de ser produzido principalmente no estômago das vacas e outros ruminantes. Pior ainda: sai para a atmosfera por um lugar da vaca que o altivo argônio nem imagina.

Só que, numa espécie de ato químico-divino de justiça, o metano se colocou no centro das atenções da comunidade científica porque a nave Curiosity, que trabalha na superfície de Marte desde 2012, encontrou traços desse gás em sua atmosfera. Embora o metano possa ter uma origem inanimada, 95% do que se encontra na Terra é de origem biológica. E, o que é mais interessante, os instrumentos da Curiosity detectaram jorros esporádicos, nos quais existe uma concentração dez vezes superior. Como a comunidade científica, felizmente, ainda não se contagiou da vertigem informativa on-line, reagiu com cautela e pediu paciência. Não se descarta nenhuma hipótese, nem sequer as mais sensatas, como a origem natural não orgânica.

O ser humano se acostuma com tudo, mas não deixa de ser maravilhoso que uma máquina que está há anos sobre a superfície de um planeta situado a 59 milhões de quilômetros – e isso quando ele está mais perto – seja capaz de detectar emissões de gás. Não deveria ser necessário descobrir vacas em Marte para apreciar o trabalho de quem colabora no projeto Curiosity.

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