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Ataque de hacker à Sony paralisa filmagens

Entre as produções interrompidas está a última do agente 007, segundo 'The Times'

Da esquerda para a direita, os atores Lea Seydoux, Daniel Craig e Monica Bellucci durante a apresentação do filme 'Spectre'.
Da esquerda para a direita, os atores Lea Seydoux, Daniel Craig e Monica Bellucci durante a apresentação do filme 'Spectre'.K. Tang (WireImage)

Até o próprio James Bond ficou petrificado, paralisado pela pirataria informática vivida pelos estúdios da Sony. A Sony interrompeu suas produções, a última consequência desse ataque de hacker contra um dos maiores estúdios de Hollywood, segundo o diário The Times. Entre as produções paralisadas estão o último filme do espião a serviço de sua majestade, que começou a ser rodado no dia 8, sob o título de Spectre. Ou o próximo Homem-Aranha, que se encontra na fase de pré-produção. “Os encarregados das filmagens na Sony cancelaram aos trabalhos porque os problemas (cibernéticos) os deixaram imobilizados na hora de processar os pagamentos”, afirma o diário londrino, sem dar o nome de sua fonte. A informação se refere a terceiros contratados, entre outras produções, da filmagem de Bond. Spectre tem previsão de estreia para novembro do ano que vem.

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Ainda não foi possível determinar quem está por trás desse ataque que, segundo a agência Reuters, poderia custar ao estúdio mais de 80,2 milhões de euros (265 milhões de reais). Sem falar na sua honra. E também a cabeça da atual copresidenta da Sony Pictures, Amy Pascal. O grupo agressor, autodenominado G.O.P., ou Guardiães da Paz, vazou desde 24 de novembro dados pessoais de 47.000 empregados do estúdio, uma lista que inclui dados privados de estrelas que têm trabalhado com a Sony, como Angelina Jolie, James Franco, Sylvester Stallone e até Beatriz, a neta da rainha da Inglaterra. Salários, históricos médicos, números de contas bancárias, de passaportes, de identificações pessoais ou fiscais. Um apanhado de informações privadas agora jogadas na rede, que também inclui correios eletrônicos pessoais de muitos de seus executivos. Uma violação do que tramita nessa grande empresa, e que está trazendo à tona toda sua roupa suja. Como os comentários desdenhando Adam Sandler por seu fraco êxito comercial, descrevendo Angelina Jolie como “uma mimada de pouco talento” com um “ego avassalador” e ainda carregados de racismo contra o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Comentários extraídos dos e-mails particulares de importantes executivos e produtores da empresa, incluindo a copresidenta Amy Pascal.

O diário The Times não especifica o alcance da suposta suspensão das filmagens decididas por empresas afiliadas ante a impossibilidade de a Sony proceder com seus pagamentos. Em Los Angeles, os estúdios da Sony não fizeram nenhum comentário a respeito. Se for confirmado, o orçamento de filmes como o novo de James Bond se encareceria consideravelmente. Segundo a informação vazada ilegalmente no ataque do hacker, o orçamento de Spectre já está em 240,7 milhões de euros, o que o transforma em um dos filmes mais caros da história.

Os ataques também tiveram consequências diretas em outros filmes. Títulos como o do último filme de Brad Pitt, Fúria, ou o remake do popular musical Annie foram pirateados e jogados na rede. Outros como a comédia romântica The Wedding Ringer, protagonizada por Kevin Hart, tiveram sua estreia atrasada até o ano que vem. O mesmo ocorreu com sua apresentação para a imprensa, prevista para este sábado, dia 13, e que agora será em janeiro para evitar que Hart responda a perguntas delicadas sobre o caso. O intérprete é descrito como “uma puta” em um dos correios eletrônicos privados revelados dia desses. As perguntas da imprensa também brilharam por sua ausência durante a première do filme A Entrevista, ao qual somente os fotógrafos foram convidados. Escrito e dirigido por Seth Rogen, com James Franco como protagonista, o filme se encontra no centro desse ciberataque. Foram encontradas conexões que vinculam a Coreia do Norte com essa pirataria informática. Entre elas, o pedido do grupo terrorista de que não haja a estreia de A Entrevista por estar centrado em uma tentativa da CIA de assassinar Kim Jong Un, o líder norte-coreano ridicularizado no filme.

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