Ataque de hackers revela salários de atores de Hollywood
Um ataque cibernético contra os estúdios da Sony expõe dados pessoais de Sylvester Stallone, James Franco e Beatriz, neta da rainha da Inglaterra
Um vazamento gota a gota e incontrolável. Um grupo da Coreia do Norte, autodenominado Guardiães da Paz (G.O.P., na sigla em inglês), atacou os estúdios da Sony colocando-os contra as cordas. Há dez dias, os trabalhadores da companhia em Londres, Los Angeles e Nova York vão ao escritório para fazer seu trabalho com papel e caneta. Nada de ligar o computador, pois as consequências poderiam ser ainda piores.
Primeiro vazaram filmes que acabam de estrear nos cinemas, como Corações de Ferro, ou estavam a ponto de fazê-lo, como o remake do musical Annie. To Write Love on Her Arms, com estreia prevista para 15 de março, também foi vazado. Depois chegou a vez dos salários dos empregados. Assim, se soube que um diretor do mesmo nível hierárquico ganha até 800.000 dólares anuais mais do que uma mulher do mesmo posto. Entre os 40 gigas de arquivos vazados também estão o roteiro de um episódio-piloto escrito por Vence Gilligan, criador da série Breaking Bad. Alguns dados remontam a 1955.
O verdadeiro escândalo chegou quando foram revelados dados pessoais de atores. Entre os arquivos roubados e expostos em fóruns da Internet estão cópias digitalizadas dos passaportes de Angelina Jolie, Cameron Diaz e do diretor Roland Emmerich, orçamentos de futuros filmes, assim como os dados de acesso a 179 contas de correio eletrônico. Também o endereço e o número da previdência social de 47.000 trabalhadores dos estúdios. Neste grupo estão os atores. Sylvester Stallone aparece na lista, o diretor Judd Apatow também. Até Beatriz, neta da rainha da Inglaterra, está na relação.
Os mais afetados pelo escândalo são Seth Roguen e James Franco, cujos salários no filme A Entrevista foram de 8,4 milhões dólares e 6,5 milhões respectivamente. Esse filme é, segundo o FBI e os próprios estúdios, o detonador do ataque. Trata-se de uma comédia sobre espionagem cujo argumento inclui a tentativa de assassinato de Kim Jong-un. O G.O.P., como o grupo agressor assina os comunicados, não parece entender o humor de Hollywood: “A Sony Pictures criou um filme que prejudica a paz desta região, a segurança, e viola os direitos humanos apenas por dinheiro. Como essa atividade é contrária à nossa filosofia, vamos lutar contra a cobiça da Sony Pictures”.
Jaime Blasco, diretor dos laboratórios de segurança Aliem Vault no Vale do Silício, não ousa dar uma data para a volta à normalidade nos estúdios. Considera que a dispersão de informação durará ainda um tempo. A Sony insiste que a estreia nos EUA será mantida para na data prevista, a semana de Natal.
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