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Economia dos EUA

Estados Unidos crescem mais do que o esperado no terceiro trimestre

Expansão sobe para 3,9% do PIB e coloca a base para boa temporada de compras natalinas

Funcionários da Amazon se preparam para a Black Friday.
Funcionários da Amazon se preparam para a Black Friday.Chris Ratcliffe (Bloomberg)

O ritmo de crescimento dos Estados Unidos se retraiu menos do que o esperado no terceiro trimestre. A maior economia do mundo avançou a uma taxa atualizada de 3,9% do produto interno bruto (PIB). Isso representa uma mudança com o crescimento de quatro décimos percentuais em relação à primeira previsão feita há um mês atrás. A expansão no segundo trimestre foi de 4,6% do PIB. Junto com o terceiro, é o menor rendimento da economia em uma década.

A segunda leitura é melhor do que Wall Street esperava, que dava como certa uma queda de dois décimos percentuais. Essa progressão pode colocar a base para o início de uma boa temporada de compras natalinas, junto com o barateamento da gasolina. O principal motivo do aumento da taxa é o aumento do consumo privado em 2,2%, quatro décimos acima do previsto.

O dado ainda está sujeito a uma nova leitura. O que não está tão claro no momento é o que ocorrerá com o quarto trimestre. As fortes nevascas da semana passada em algumas regiões do país e a chegada de uma nova frente fria coincidindo com o feriado de Ação de Graças está obrigando os economistas a abaixar suas previsões. A dúvida é se conseguirá manter o nível de 3% do PIB.

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No momento, o que se confirma após essa primeira revisão é que os últimos dois trimestres foram os de maior crescimento após a Grande Recessão, e a média de 4,2% para os seis meses é a mais sólida desde meados de 2003. O consumo, que representa dois terços do crescimento, fica agora somente a três décimos do registrado no segundo trimestre.

O gasto público e as exportações também deram mais sustentação para a economia dos EUA, ainda que esse último fator tenha abaixado sua contribuição para o conjunto do PIB. O investimento das empresas em equipes cresceu 10,7%, três pontos e meio acima do previsto. As companhias também elevaram os inventários, o que poderia antecipar mais demanda dos consumidores.

Estratégias divergentes

O robusto crescimento da economia durante a primavera e o verão contrasta com a debilidade de crescimento na Europa e Japão. Isso está provocando a utilização de estratégias monetárias divergentes. O Federal Reserve (FED, Banco Central dos EUA) decidiu na reunião de outubro dar por finalizado o programa massivo de compras de bônus, ainda que continue reinvestindo o principal da dívida que está por vencer.

A ata dessa reunião, publicada dias atrás, confirma que os membros da Fed têm confiança na recuperação do mercado de trabalho e o risco de uma moderação na inflação se dissipa, apesar da manutenção dos preços em outubro. Apesar da economia render agora mais do que o esperado, a intenção é deixar os juros em 0% durante um “tempo considerável”.

O FED, entretanto, não perde de vista o que acontece fora dos EUA. A evolução da economia na Europa, China e Japão, junto com a fortaleza do dólar, pode afetar o ritmo de crescimento e forçá-lo, portanto, a atrasar o eventual aumento dos juros. Mas a maioria dos membros considera que o efeito é limitado. A ideia é que o primeiro movimento aconteça em 2015.

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