_
_
_
_

A filha do presidente de Angola quer comprar a Portugal Telecom

A oferta da investidora Isabel dos Santos avalia a operadora em 3,87 bilhões de reais

Isabel dos Santos, filha do presidente de Angola e a mulher mais rica da África, lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Portugal Telecom, uma semana depois que a sociedade francesa Altice ofereceu 7,025 bilhões de euros (22,45 bilhões de reais) pela companhia. A oferta significa pagar 1,35 euro por ação, o que equivale a 11% acima da última cotização.

Isabel dos Santos já é acionista da Portugal Telecom em seus negócios em Angola. Também é acionista de uma operadora portuguesa da concorrência, Nos, e, além disso, também possui interesses no banco Bpi e na petroleira Galp.

Frente ao receio que havia criado a oferta da franco-luxemburguesa Altice pela PT, a executiva angolana havia anunciado nesta mesma semana que, para “defender o interesse nacional”, podia comprar a PT em colaboração com seus sócios da Nos. Agora, a oferta se materializou, embora, de forma solitária e avaliando a empresa em 1,21 bilhão de euros (3,87 bilhões de reais), bastante menos que a da Altice, embora esta esteja sujeita a várias condições, como a exclusão da dívida associada aos ativos portugueses.

A Portugal Telecom encontra-se em um processo de fusão com a brasileira Oi, onde é minoritária. A Oi, com uma forte dívida e com a ameaça de, por outro lado, ser comprada por outras operadoras brasileiras, decidiu se desfazer da PT e de seus negócios na África.

Mais informações
Portugal, à venda
Angola busca uma “solução nacional” para a Portugal Telecom
“O Brasil é um mercado muito atraente para as telecomunicações”

A oferta foi apresentada na Comissão de Valores de Portugal através da sociedade Terra Peregrin, com um capital social de 51.000 euros representado por 600 ações “cujo direito de voto é totalmente imputável a Isabel dos Santos e a uma ou mais sociedades”. A OPA foi lançada concretamente sobre a sociedade PT SGS que foi criada para o processo de fusão com a Oi e que detém 25,6% do capital da Oi, assim como a dívida de 897 milhões de euros (2,8 bilhões de reais). Ao assumir essa dívida, Isabel dos Santos aumentaria sua presença na Oi chegando a 37% das ações, assim como o direito de voto das decisões tomadas pela empresa. Mas também exigiria abandonar sua posição na operadora concorrente Nos.

Na proposta de OPA, Isabel dos Santos anuncia que é favorável à continuidade da fusão da Oi e PT, mas pede que seja adiada até um mês depois da liquidação física e financeira da oferta. Para que a OPA avance, ela deverá conseguir 50,01% das ações ou dos resíduos de votos do capital de PT SGPS.

Já são duas, pois, as ofertas firmes para ficar com a PT, embora não sejam as únicas. Vários fundos investidores anunciaram seu interesse pela operadora e espera-se que nesta mesma semana concretizem suas ofertas. Os acionistas da Oi se inclinariam pela oferta mais alta, mas também, e não menos importante, pela mais rápida, quer dizer, a que não precise de um ditame das autoridades de concorrência.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_