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“Muitas mulheres saem depois da maternidade. Queremos que voltem”

Satya Nadella, executivo-chefe da Microsoft, pede desculpas por minimizar o problema da diferença salarial entre homens e mulheres

Satya Nadella, chefe executivo da Microsoft, durante o encontro.
Satya Nadella, chefe executivo da Microsoft, durante o encontro.

A finalidade do encontro com Satya Nadella, executivo-chefe da Microsoft, era falar sobre a nuvem, a grande aposta da empresa, e graças à qual ele ascendeu ao trono da companhia fundada por Bill Gates. Entretanto, o foco de uma reunião com jornalistas em San Francisco esteve nas suas declarações da semana passada numa conferência em Phoenix, quando minimizou o problema da diferença salarial entre os gêneros, dizendo que as mulheres deveriam "ter fé de que o sistema acabará lhes dando os aumentos corretos mais para frente".

Sua retificação foi taxativa e contundente. "Foi uma lição de humildade e aprendi muito", começou. "Passei o fim de semana examinando os dados de minha empresa e acredito que fui pouco sensível. Queria entender como executivo-chefe o desafio que precisamos confrontar."

O diretor se comprometeu a atuar para que na Microsoft as mulheres recebam um salário similar ao dos homens por realizar o mesmo trabalho. Também que a igualdade de oportunidades seja real na hora das promoções.

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Aproveitou para revelar uma das cifras mais esperadas: "Na Microsoft, 29% dos funcionários são mulheres, mas só 17% estão em postos relacionados a engenharia". Esse detalhe geralmente é evitado, maquiando as cifras de modo a esconder que a maior parte das funcionárias atua nas áreas de produtos, marketing, formação, vendas e relações públicas. Na opinião dele, é necessário que haja mais mulheres, as quais darão visibilidade a esse tipo de trabalho para as gerações vindouras: "Muitas saem depois da maternidade, queremos que voltem. Temos que fazer com que sirvam de inspiração para outras mulheres.". Esse anúncio ocorre em um momento especialmente sensível no Vale do Silício, depois da revelação de que Facebook e Apple pagam para que suas funcionárias congelem seus óvulos.

Na Microsoft, 29% dos funcionários são mulheres, mas só 17% estão em postos relacionados a engenharia

Esse não foi o único ponto polêmico do encontro. Houve um momento também em que o executivo encerrou uma lenda de anos e anos. "A Microsoft ama o Linux", disse Nadella, com um coração unindo as duas marcas. Nesse caso, o afeto era mais do que interessado. Tratava-se de ressaltar a compatibilidade de todos os tipos de servidores e aparelhos com os serviços de nuvem da companhia de Redmond. Isso inclui o Android, do Google, o iOS, da Apple, e o Windows, da própria Microsoft.

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