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Aécio Neves, o candidato da “previsibilidade”

Após ter de convocar coletiva de imprensa para negar desistência, senador tucano retoma fôlego na reta final da campanha na tentativa de ir ao segundo turno

Rodolfo Borges
Aécio faz campanha em Santa Luzia (MG) neste sábado.
Aécio faz campanha em Santa Luzia (MG) neste sábado.Marcos Fernandes (EFE)

O senador Aécio Neves aguardava desde 2010 a chance de representar o PSDB na disputa pela presidência da República. Quatro anos depois de perder a concorrência interna no partido para o ex-governador de São Paulo José Serra, o neto de Tancredo Neves conseguiu enfim se impor entre os tucanos para se apresentar como alternativa de poder após 12 anos de governo petista. Presidente da Câmara dos Deputados no final da presidência de Fernando Henrique Cardoso (1994-2002), Aécio concentrou a campanha na promessa de recuperar o legado de estabilidade econômica do ex-presidente tucano e numa palavra repetida à exaustão: “previsibilidade”.

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Fernando Henrique, aliás, se apresentou como o grande fiador da candidatura do senador e foi o primeiro, junto com o então presidente nacional do partido e já falecido deputado Sérgio Guerra, a falar publicamente na candidatura de Aécio. Fortalecido pelo apoio de um ex-presidente da República, o senador tinha tudo para se apresentar como grande força de oposição à tentativa de reeleição da presidenta Dilma Rousseff neste ano, mas a morte, durante a campanha, do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que representava a terceira força na corrida presidencial, acertou as pretensões tucanas em cheio.

A entrada da ex-senadora Marina Silva na corrida eleitoral empurrou o até então protagonista senador tucano para um coadjuvante terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Como o ex-ministro Pimenta da Veiga, candidato escolhido para dar continuidade ao legado de Aécio em Minas Gerais, também não apresentava bom desempenho nas pesquisas, as eleições de 2014 se encaminhavam para determinar o ocaso político do ex-governador de Minas Gerais. Enquanto a campanha da presidenta Dilma concentrava todos os esforços para desconstruir a surpreendente candidatura de Marina Silva, Aécio chegou a convocar uma coletiva de imprensa para negar que pretendia abandonar a própria candidatura.

Depois de passar um mês estacionado no terceiro lugar nas pesquisas, contudo, o senador tucano começou a esboçar uma recuperação no fim da corrida eleitoral, beneficiado pela desidratação da campanha de Marina Silva e pelo seu bom desempenho nos debates transmitidos pela televisão. Na última semana de campanha, o que Aécio chamou de “onda da razão” parece ter enfim chegado, e, na véspera da votação, o senador tucano já aparece numericamente empatado com a ex-senadora no segundo lugar, com boas chances de disputar um segundo turno com a presidenta Dilma.

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