Kiev e os pró-russos anunciam um cessar fogo na Ucrânia a partir desta sexta-feira
A trégua, segundo a OSCE, entrou em vigor às 12h de Brasília
O Grupo de Contato reunido em Minsk, a capital de Belarus, conseguiu nesta sexta-feira um cessar-fogo a partir das seis horas da tarde, hora local (12 horas de Brasília). Foi possível depois que o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo ucraniano, Piotr Poroshenko, debaterem por telefone na quarta-feira passada os caminhos para conseguir um acordo que permitisse o cessar das hostilidades nas províncias de Donetsk e Lugansk e Putin, na sequência, apresentasse um plano concreto de paz de sete pontos.
O acordo conseguido prevê a troca de prisioneiros, que era um dos pontos do plano de Putin. O próprio Poroshenko reconheceu que o líder russo desempenhou um papel fundamental em incitar os rebeldes a assinar a paz no momento em que realizavam uma bem sucedida ofensiva na frente de combate. Na mensagem em que ordena o cessar-fogo para as Forças Armadas de seu país, o presidente ucraniano incluiu uma menção expressa ao pedido de seu colega russo para os separatistas para que estes cessem as hostilidades.
O Grupo de Contato se reuniu em seu segundo encontro em Minsk e participaram das negociações as partes em conflito na Ucrânia, a Rússia e representantes da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), que atuaram como mediadores.
Com esta trégua encerra-se, pelo menos temporariamente, cinco meses de combates que provocaram mais de 2.600 mortes e mais de um milhão de refugiados, além de grandes destruições em uma série de cidades, incluindo os bastiões rebeldes de Donetsk e Lugansk.
Na manhã de sexta-feira os separatistas continuaram os combates nos arredores de Mariupol, segunda cidade em importância na província de Donetsk e porto estratégico no Mar de Azov. Os rebeldes afirmaram na metade do dia que alguns grupos de milicianos já estavam lutando em dois bairros da cidade.
O cessar-fogo de 12 pontos feito na sexta-feira chega enquanto a UE contempla uma nova rodada de sanções contra a Rússia. Nesta sexta, os países membros se reúnem diante da proposta de redobrar as restrições sobre o mercado de capitais russos. A chanceler alemã, Angela Merkel, detalhou que o acordo em si, não é suficiente para deter as novas sanções e mostra que ainda falta verificar se o cessar das hostilidades será cumprido. “Esperamos que as sanções sejam aprovadas com a condição de que possam ser suspensas se o acordo for adiante”, adiantou Merkel.
A trégua é somente o começo de um longo processo de negociações para encontrar um compromisso aceitável para Kiev e os separatistas. Tanto na capital ucraniana como nas regiões rebeldes existem forças políticas que pressionam a favor de posturas extremas. O líder da região separatista de Lugansk, Igor Plotnitsky, assegurou que o fim das hostilidades não implica o fim das reivindicações separatistas. O presidente ucraniano, em declarações na reunião da OTAN em Newport (País de Gales), assegurou que o acordo inclui a descentralização do Estado ucraniano, ainda que não tenha dado mais detalhes. “É muito importante que este cessar-fogo dure muito tempo e que durante a trégua continuemos o diálogo político para encontrar a paz e a estabilidade”, declarou Poroshenko.
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