A Ucrânia e a Rússia acordam os passos para facilitar a paz em províncias rebeldes
Kiev muda suas declarações sobre um pacto para o cessar-fogo depois de um desmentido de Moscou
Os presidentes da Ucrânia, Petro Poroshenko, e da Rússia, Vladimir Putin, estão mantendo conversas telefônicas em que acordaram "os passos que facilitarão o estabelecimento da paz" nas províncias separatistas de Donetsk e Lugansk, anunciou o gabinete do líder ucraniano nesta quarta-feira, que teve de retificar seu comunicado inicial, no qual anunciava o acordo entre ambos mandatários para um "cessa foro permanente".
Segundo o novo comunicado publicado no site da Presidência, durante as conversas os dois mandatários chegaram a um acordo sobre "o regime do cessar fogo na região de Donbas, onde estão Donetsk e Lugansk. Ambos concordaram "sobre os passos que facilitarão o estabelecimento da paz".
Desta maneira, Kiev volta atrás no seu anúncio inicial depois que o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou categoricamente um acordo de cessa fogo entre Poroshenko e Putin, já que a Rússia "não é parte do conflito".
A Rússia sustenta que o que acontece no leste da Ucrânia é um conflito interno deste país e que Kiev deve negocias com os rebeldes. Mas Moscou vinha pressionando há tempos para se pactuar uma trégua sem condições prévias e não como a ofereceria o Governo da Ucrânia, que exigia que, antes de tudo, os separatistas depusessem as armas.
A situação dos últimos dias na frente de combate, que tem sido marcada por uma bem-sucedida ofensiva dos rebeldes, provavelmente convenceu Poroshenko de que ele precisava dar uma pausa para suas tropas e concordar com um cessar-fogo que o permita realizar sua campanha eleitoral sem ter como pano de fundo um Exército em retirada. O presidente decidiu dissolver o Parlamento e convocou para 26 de outubro uma nova eleição legislativa, a qual ele deve aproveitar para formar sua própria aliança. Poroshenko está sem partido até o momento e, por isso, dependia de outras forças que o apoiavam para aprovar leis no Conselho Supremo. Esse apoio, de qualquer forma, era insuficiente para impor a reforma que ele deseja, que inclui modificações constitucionais que deem mais poderes ao presidente.
Enquanto Poroshenko parece tratar de rebaixar a tensão, o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk, denunciou que a Rússia é um "Estado terrorista"e anunciou a construção de um muro na fronteira para criar um verdadeiro limite entre os dois países. Ele não detalhou como esse plano será executado.
Um representante da autoproclamada República Popular de Donetsk comentou que tem sérias dúvidas de que todos os destacamentos que participam da operação militar contra os rebeldes aceitem o cessar-fogo. Segundo o porta-voz do serviço de informação internacional do Ministério da Defesa dos separatistas, Vladislav Brig, o problema é que “Poroshenko não controla os batalhões de punição”. Pouco depois, o vice-primeiro-ministro de Donetsk, Vladimir Antyufeyev, manifestou, em declarações colhidas pela Reuters, que o cessar-fogo está condicionado à retirada das tropas ucranianas da região.
Na linha de combate, os confrontos pelo controle do aeroporto de Donetsk continuaram durante a manhã desta quarta-feira, e os rebeldes afirmam ter abatido mais um caça SU-25.
Enquanto isso, foi confirmada a morte do fotógrafo russo Andrei Stenin, que estava incomunicável desde 5 de agosto. De acordo com as informações disponíveis, o jornalista foi atingido por um projétil disparado contra o carro em que viajava com outras pessoas. Todas elas morreram carbonizadas. Anteriormente foram recebidas notícias contraditórias sobre o que ocorrera com Stenin. Depois das declarações de um assessor do ministro do Interior ucraniano, muitos passaram a acreditar que ele estava nas mãos dos serviços de segurança do país, o que foi logo desmentido.
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