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Mundial de basquete inicia com a Espanha mais calejada que os EUA

O time americano enfrenta desistências, lesões e pressões das ligas que queriam evitar riscos e desgaste de seus jogadores multimilionários

Robert Álvarez
Alejandro Ruesga

Há 30 anos, o basquete espanhol fascinou milhões de telespectadores que acompanharam cada madrugada da epopeia da seleção de Antonio Díaz Miguel. Chegar à final dos Jogos Olímpicos foi uma proeza; enfrentar os Estados Unidos, com os extremamente jovens Michael Jordan e Patrick Ewing, um presente; superá-los, uma utopia.

A Espanha perdeu por 96-65, mas conseguiu uma memorável medalha de prata. Agora, a seleção dirigida por Juan Antonio Orenga participa da Copa do Mundo como anfitriã e com o aval de outras duas medalhas de prata nos Jogos, depois de vencer as maiores estrelas norte-americanas, e conquistar uma coleção de medalhas de ouro como no Mundial em 2006.

Depois do marco de 1984, Díaz Miguel afirmou que o basquete dos Estados Unidos estava a anos luz do resto. Trinta anos depois, a seleção espanhola entra na disputa com iguais ou mais possibilidades que o time dos EUA. Apenas irão se enfrentar em uma final que parece cantada e que será disputada em 14 de setembro em Madri, embora também estejam no páreo Brasil, Lituânia, França, Croácia ou alguma zebra.

A geração de ouro de Paul Gasol, Navarro, Calderón e Felipe Reyes juntou-se a uma série de jogadores de altíssimo nível como Marc Gasol, Rudy Fernández, Sergio Rodríguez, Llull, Claver, fenômenos como Ibaka e Ricky Rubio, além do promissor Abrines, para formar a equipe com mais talento na história do basquete espanhol.

Os Estados Unidos foram palco de desistências, lesões e das pressões das ligas que queriam evitar riscos e desgaste de seus jogadores multimilionários. Ainda assim, reuniu um time magnífico, com jogadores como Rose, Harden, Curry e Anthony Davis, entre outros. Mas a equipe de Krzyzewski está em desvantagem, inclusive no número de partidas acumuladas por seus jogadores na NBA: 3.223 nas 47 temporadas dos nove espanhóis que competem ou competiram na liga, frente aos 3.213 nas 46 temporadas acumuladas pela dúzia de jogadores internacionais norte-americanos. E outro dado a ser levado em conta: Harden e Davis são os únicos que estão novamente na equipe dos que ganharam a final olímpica em 2012.

Na seleção espanhola, dez estavam entre os finalistas naquele ano. O campeonato começa no sábado com 24 equipes divididas em quatro sedes — Granada (Espanha), Bilbao (Estados Unidos), Gran Canária e Sevilha— e, se de fato existe um dream team, é o da Espanha.

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