Em debate, Marina é poupada, enquanto Aécio e Dilma rivalizam
A socialista e o tucano disseram que a gestão petista é cinematográfica
No dia em que uma pesquisa eleitoral apontou que Marina Silva venceria as eleições presidenciais no segundo turno, a candidata do PSB mirou os ataques ao Governo Dilma Rousseff (PT) durante o primeiro debate entre os concorrentes, na noite desta segunda-feira, na Rede Bandeirantes, em São Paulo. A socialista disse que o Brasil apresentado por Rousseff é “quase cinematográfico, não é o Brasil que existe”.
A mesma linha foi seguida pelo outro oposicionista, Aécio Neves (PSDB): “Temos agora uma extraordinária oportunidade de confrontar o mundo real com o mundo imaginário. O sonho dos brasileiros hoje é morar em uma propaganda do PT”.
A petista, por sua vez, não entrou no embate contra Marina, só com Aécio. Ela se contentou em defender sua gestão de críticas econômicas e das acusações contra a administração da Petrobras. Rousseff quis vincular Aécio ao governo de seu correligionário Fernando Henrique Cardoso dizendo que em oito anos, ele quebrou financeiramente o Brasil três vezes. “O seu partido [PSDB] cortou salários e deu tarifaços”, disse a petista ao tucano a quem acusou que tomaria medidas impopulares como o corte de empregos.
Tão presente na propaganda eleitoral da presidenta Dilma Rousseff, seu mentor e antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, foi pouco citado por ela no debate desta segunda-feira. Ao invés de se ligar a ele, Rousseff tentou demonstrar uma certa liberdade e o citou apenas uma vez, quando afirmou que sua gestão e a de Lula valorizaram a Petrobras e que ela foi eleita para continuar o trabalho dele. A afirmação foi feita após o tucano Aécio questioná-la se não era o momento de pedir desculpas ao povo brasileiro pelos erros cometidos na empresa, que enfrenta uma crise política e enfrenta uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional.
Polarização
Uma das poucas críticas diretas a Marina foi feita por Aécio, que disse não ver coerência no discurso dela sobre a nova política, já que não subirá no palanque de Geraldo Alckmin (PSDB) para o governo de São Paulo, mas que gostaria de governar ao lado de José Serra (PSDB), a quem recusou apoiar no segundo turno das eleições de 2010. Marina respondeu afirmando que seu objetivo é combater “a velha polarização [entre PT e PSDB] que há 20 anos constitui um atraso para o nosso país” e governar ao lado dos bons quadros de qualquer partido. Para exemplificar essa sua postura, Marina elogiou dois ex-presidentes, Cardoso e Lula. "O Lula não foi gerente, foi um homem de visão estratégica. O FHC não é um gerente, é um acadêmico com visão estratégica"
Durante o debate, Aécio voltou a defender um mandato de cinco anos com o fim da reeleição para qualquer cargo eletivo. Além disso, anunciou que caso eleito presidente, indicará o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, para o cargo de ministro da Fazenda. A estratégia visa agradar o mercado econômico, já que Fraga foi um dos idealizadores do Plano Real.
Coube aos candidatos nanicos a trazerem temas polêmicos que vão e voltam a cada eleição. Eduardo Jorge, do PV falou sobre a legalização de drogas e aborto, dizendo que é a favor de criar leis para os dois assuntos, enquanto Luciana Genro, do PSOL, tratou de homofobia. O evangélico Pastor Everaldo (PSC) disse ser a favor da redução da maioridade penal.
Nas considerações finais, Marina lembrou da dificuldade em registrar sua candidatura pela Rede Sustentabilidade e do trauma de perder seu companheiro de chapa do PSB, Eduardo Campos, de quem era vice. Rousseff afirmou quer se manter no poder para continuar o trabalho de Lula. Aécio falou que as candidaturas de suas duas principais adversárias são parecidas. Enquanto Genro incluiu o tucano neste mesmo pacote: "em essência, defendem os interesses do grande capital financeiro. Com essa agenda, não vão atender às vozes do povo".
Até o dia 5 de outubro, data do primeiro turno das eleições, deverão ocorrer ao menos outros três debates entre os principais candidatos à presidência.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.
Arquivado Em
- Aécio Neves
- Eleições 2014
- Eduardo Jorge
- Marina Silva
- Televisão local
- Maioridade Penal
- PT
- Dilma Rousseff
- PSDB
- Debate eleitoral
- Eleições Brasil
- Responsabilidade penal
- Atos eleitorais
- Presidente Brasil
- Presidência Brasil
- Eleições presidenciais
- Governo Brasil
- Governo
- Eleições
- Partidos políticos
- Administração Estado
- Televisor
- Administração pública
- Política
- Meios comunicação