Ricciardo e Alonso quebram a hegemonia da Mercedes
O australiano supera Alonso, segundo, e Hamilton, terceiro, nas últimas voltas e consegue sua segunda vitória da temporada
Daniel Ricciardo ergueu os braços e lançou gritos de alegria pelo rádio. No box da Red Bull a euforia transbordava. E não era para menos. O piloto australiano de 25 anos, que este ano substituiu seu compatriota Mark Webber, conseguiu uma vitória espetacular no Grande Prêmio da Hungria e rompeu a hegemonia esmagadora das Mercedes. Ele continua sendo o único piloto que as superou nesta temporada. Fez isso pela primeira vez no Canadá e repetiu hoje, em uma final apaixonante na qual superou primeiro Lewis Hamilton, para se posicionar em segundo lugar, e depois, na penúltima volta, o espanhol Fernando Alonso, que realizou a melhor corrida da temporada, terminando em segundo. O brasileiro Felipe Massa, da Williams, acabou na quinta posição.
A intensa chuva que caiu uma hora antes do início e três entradas do carro da segurança mudaram o que estava sendo um domínio esmagador de Nico Rosberg e tumultuaram a corrida do princípio ao fim. No entanto, algumas coisas ficaram claras. Em condições difíceis, Fernando Alonso continua sendo o melhor piloto. Apesar de não ter, nem de longe, o melhor carro foi capaz de liderar a corrida, lutar até o final pela vitória, até seus pneus dizerem que já bastava, e subir ao pódio pela segunda vez nesta temporada – já tinha sido terceiro na China.
A intensa chuva que caiu uma hora antes do início e três entradas do carro de segurança mudaram o domínio esmagador de Rosberg
A chuva tinha desaparecido no momento em que todos deram a largada. Mas a pista estava tão molhada que a maior parte optou por usar pneus intermediários. Rosberg saiu em primeiro, perseguido por Bottas e Alonso, que superou Vettel. O alemão, contudo, recuperou a quarta posição algumas cruvas à frente. O risco estava ali. Na oitava volta ocorreu o primeiro acidente: o Caterham de Ericsson se enganchou em uma cerca de proteção e obrigou à entrada do carro de segurança.
Nessa altura Rosberg já levava uma vantagem de oito segundos sobre Bottas, segundo colocado. Mas quando entrou o carro de segurança, os quatro primeiros pilotos haviam superado já a linha do pit lane. Por isso, tiveram de tocar os pneus uma volta mais tarde, e ficaram para trás. Rosberg passou ao quarto lugar, Bottas caiu para a 11.ª posição e Alonso ficou em oitavo. Ricciardo passou a ser o líder da corrida, seguido de Button e Massa. E Hamilton iniciava uma espetacular virada e estava já na 13ª posição.
Quando o carro de segurança deveria abandonar a pista, Grosjean sofreu um estrondoso acidente na saída de pista, e tudo continuou igual. Foi na 13ª volta. E então Alonso já estava acelerando fundo. Superou Vettel e Rosberg e estava cravando voltas rápidas e se aproximando da dianteira. Um novo acidente na 22 ª volta (Checo Pérez) obrigou a uma nova entrada do carro de segurança. Nessa altura, Ricciardo e Massa foram trocar pneus e deixaram Alonso liderando a corrida, seguido de Vergne, Rosberg e Vettel. Mas o espanhol tinha de trocar os pneus. E o fez na 38ª volta. Embora tenha colocado macios, parecia claro que ia tentar chegar à final da corrida, enquanto seus rivais teriam de retornar aos boxes.
Alonso, com pneus já muito desgastados, fazia milagres para manter a liderança
A situação depois da segunda troca de pneus foi excelente para o asturiano. Ricciardo liderava a corrida, seguido de Alonso, a 14,5 segundos, Hamilton e Rosberg, que se aproximavam perigosamente do asturiano. A corrida parecia bastante definida. Ricciardo era um segundo mais lento que seus perseguidores e tinha que procurar o momento adequado para entrar nos boxes. Alonso, por sua vez, mantinha um ritmo semelhando ao das Mercedes. O australiano entrou na 53ª volta e pôs macios, buscando defender suas opções. A batalha se concentrou, então, entre Alonso e Hamilton, porque Rosberg optou também por fazer uma parada e colocar os macios. Ricciardo pressionava, em terceiro lugar. E Rosberg subia para a quarta posição... a mais de 20 segundos.
A oito voltas da final, Alonso, Hamilton e Ricciardo estavam embolados, os três praticamente em um segundo. As tentativas de escapar dos perseguidores eram desesperadas. Mas Alonso, com os pneus já muito desgastados, fazia milagres para manter a liderança. Enquanto isso, mais atrás, Rosberg ganhava dois segundos por volta e se aproximava. Ricciardo, com pneus novos, conseguiu superar Hamilton faltando quatro voltas para o final e se atirou sobre Alonso. Ele o ultrapassou como uma bala no final da reta, sem deixar nenhuma opção ao espanhol. Ali ficou claro o melhor estado de seus pneus e a maior potência de sua Red Bull. Alonso continuou sofrendo porque os Mercedes estavam em seu encalço, mas resistiu e acabou em segundo, conquistando assim seu segundo pódio na temporada, à frente de Hamilton e Rosberg.
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