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Fortaleza para frear o México

Brasil, com a dúvida de Hulk, volta à cidade na que impulsionou cantar o hino ‘a capella’

Ladislao J. Moñino
Thiago Silva durante um treino.
Thiago Silva durante um treino.VANDERLEI ALMEIDA (AFP)

Pirambu é uma das maiores e mais peculiares favelas do Brasil. As milhares de moradias baixas, feitas de chapas e tijolos à vista, não se amontoam sobre os morros que circundam a cidade. A cerca de 100 metros, as ondas do Atlântico, que delimitam o território, golpeiam esse gigantesco subúrbio quente, que mistura insegurança e humildade. O lugar pouco se parece com a avenida Beira Mar, invadida por turistas mexicanos que degustam cerveja, lagosta e camarões à espera do confronto de hoje.

Pirambu se estende pela orla da zona oeste de Fortaleza, onde o Brasil aguarda o resistente México de Miguel Herrera. Desde a Copa das Confederações de 2013, a capital cearense conquistou Luis Felipe Scolari e seus jogadores. Foi no estádio Castelão que a torcida brasileira cantou pela primeira vez o hino nacional a cappella, o que tanto impressionou a Espanha na final. “É parte do nordestino receber a seleção dessa maneira. No ano passado, nos surpreendeu a recepção que nos deram e quando cantaram o hino. Se for possível, eu pediria que cantem juntos outra vez. Seria algo que nos motivaria”, afirma o capitão Thiago Silva.

Scolari se preocupa com a garra do rival, e sobretudo, com Peralta e Giovani

A lembrança da derrota na final olímpica de Londres sobrevoou a concentração brasileira nos últimos dias. Scolari sente que todo cuidado é pouco com o México. Preocupa-se com a sua tradicional garra, com o instinto de Peralta e com a velocidade de Giovani dos Santos nas laterais, devido às dúvidas suscitadas pelas atuações de Daniel Alves e Marcelo contra a Croácia. “Trabalhamos para neutralizá-los, os estudamos muito, mas isso não quer dizer que Peralta ou Giovani não possam decidir a partida”, adverte Thiago Silva.

“Sempre que jogamos com o México temos dificuldades, será uma partida equilibrada, que nos exige guardar as posições. É uma equipe valente, e não esperem que o Brasil entre e seja o dono da festa desde o começo”, avisa Scolari. Repetidamente, o treinador brasileiro foi questionado sobre a final olímpica, até que cortou essa insistência pela raiz – e com certa dissimulação. “Não estive em Londres, mas eu não gostei, porque perdemos. Falamos algumas coisas com os jogadores que disputaram aquele jogo, sobretudo sobre jogadas ofensivas e estratégia. O México sempre tem atitude contra nós”.

O possível desfalque de Hulk, que no domingo foi submetido a uma ressonância magnética e não apareceu no treino feito no Castelão, permite que Scolari pelo menos blinde a lateral direita com o dinâmico Ramires, que desponta como substituto do atacante do Zenit, à frente de Bernard e Fernandinho. “Tenho três jogadores com características diferentes, que podem aumentar nossa velocidade ou reforçar nosso posicionamento defensivo”, analisa o técnico, que elogiou a capacidade de reação de seus jogadores na estreia. “Muitos deles são jovens e estão diante de sua primeira Copa. Reagiram bem”.

A partida inaugural mostrou uma seleção brasileira vulnerável em excesso quando perdia a bola no meio de campo. Só a atuação corretora de Luiz Gustavo impediu um maior número de contragolpes dos croatas. “É um jogador que rouba bolas, mas também é muito forte tecnicamente. Ele nos dá tranquilidade quando desce até a posição dos zagueiros para buscar a bola e sair jogando com o pé. E permite que não nos limitemos a jogar em profundidade”, elogia o capitão Thiago Silva, referindo-se ao volante que se tornou a âncora tática do desenho de Scolari.

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