Neymar assume o comando
O camisa 10 lidera a goleada de 4 x 0 da seleção brasileira sobre o Panamá, em amistoso preparatório para a Copa do Mundo disputado no Serra Dourada, em Goiânia
Para o Brasil a Copa do Mundo já começou. O seu líder tem 22 anos e se chama Neymar. A seleção ganhou do Panamá por 4 x 0 na tarde desta terça-feira, em um amistoso realizado em Goiânia e cuja notícia principal foi a confirmação de que seu número 10 se recuperou adequadamente dos incômodos que o impediram de disputar a reta final do Campeonato Espanhol e assumiu a liderança de uma equipe sem alternativas brilhantes no ataque. O seu protagonismo foi inquestionável, em maior e menor medida, por um lado e por outro do campo.
O início da partida por parte do Brasil foi muito desatento; basta dizer que, aos 20 minutos, o Panamá acumulava 57% de posse de bola. Sem sincronização entre as suas linhas, o Brasil corria atrás da bola de forma atabalhoada e o sob os rumores de um público surpreendido por um jogo estéril, estático e por momentos impreciso diante de um Panamá compacto e tranquilo.
O jogo transcorreu sem grandes novidades até os 24 minutos, quando uma jogada de Neymar direto para o gol foi interrompida com uma falta pelo panamenho Machado. O próprio camisa 10 se encarregou de cobrar a infração, no meio e a 25 metros do gol, e de colocar a bola nas redes defendidas por McFarlane com um toque suave e preciso. Foi a faísca que faltava para incendiar a partida e apaziguou o Brasil, que começou a jogar futebol, permanentemente pendente de Neymar e apoiado no meio-campo por Ramires, jogador que habitualmente abre espaços em campo e que tratava de aproveitar a sua oportunidade ante a ausência de Paulinho por lesão. O jogador do Chelsea ainda se multiplicava para compensar a apatia de Oscar.
BRASIL 4 x 0 PANAMÁ
Brasil: Julio César; Daniel Alves (Maicon), David Luiz (Henrique), Dante e Marcelo (Maxwell); Luiz Gustavo, Oscar (Willian) e Ramires (Hernanes); Hulk, Neymar, Fred (Jô).
Panamá: McFarlane (Calderón); Machado, Baloy, Roman Torres (Cummings) e Carroll (Rodríguez); Quinteros (Torres), Cooper (Giménez), Gómez e Henrique; Tejada e Muñoz.
Gols: Neymar, Daniel Alves, Hulk e Willian.
Árbitro: Raul Orosco (BOL).
Estádio: Serra Dourada, em Goiânia.
O primeiro tempo terminou com 58% de posse para a equipe do técnico Luiz Felipe Scolari, pouco depois de Dani Alves culminar uma jogada pessoal com um chute cruzado ante a passividade da defesa panamenha. O jogo até o intervalo foi um pouco travado, com muitas faltas e um gramado algo irregular, mas os 2 x 0 satisfaziam quase todos.
No descanso, Felipão substituiu os laterais titulares por Maxwell e Maicon, ratificando as preocupações expressadas recentemente pelo treinador sobre a cobertura defensiva do setor. Ambos cumpriram o papel e ainda se incorporaram com critério ao ataque. Logo após o reinício do confronto, Hulk arrematou um belo passe de Neymar e colocou 3 x 0 no marcador. O restante da partida foi um monólogo do Brasil, conduzido por um Neymar que mudou de lado quantas vezes quis e criou perigo constantemente.
O camisa 10 é, junto de David Luiz, o favorito da torcida. O jogador que dá autênticas esperanças a seu país. Pelo menos hoje, não encontrou em Fred um ‘9’ à sua altura. A entrada de seu substituto, Jô, também não alterou substancialmente o jogo da seleção, que no segundo tempo realizou seis alterações e perdeu, como é habitual nesse tipo de partida, um pouco de ordem. O Panamá, que disputou um amistoso contra a Sérvia no sábado, também acusou o cansaço. Os 4 x 0 foram definidos por um ativo Willian, depois de uma incursão de Maxwell propiciada também por Neymar, o dono absoluto do duelo na segunda parte. Os “olés” do público acabaram por rubricar uma jornada que começou pesada e terminou bem para a seleção pentacampeã, que mal teve sustos defensivos no segundo tempo apesar de um deslize do goleiro Julio César.