A UEFA decreta o fechamento parcial do estádio Bernabéu por racismo
A associação do futebol europeu castiga assim um grupo de torcedores que exibiu cartazes ofensivos na partida contra o Bayern

A UEFA sancionou o Real Madrid com o fechamento parcial do estádio Santiago Bernabéu depois que um grupo de torcedores exibiu cartazes com mensagens racistas, no jogo de ida das semifinais da Champions League do Real Madrid contra o Bayern de Munique, no dia 29 de abril. A associação do futebol europeu adverte que foi exibida uma bandeira com uma composição que lembrava uma bandeira de tipologia nazista. O Real Madrid planeja recorrer à multa, segundo fontes do clube.
A raiz da acusação de comportamento racista por parte dos torcedores do Real Madrid durante a partida (Artigo 14 do Regulamento Disciplinador da UEFA), o Comitê de Controle e Disciplina da UEFA ordenou o fechamento dos setores 120 e 122 do estádio madrilenho, ambos localizados no fundo sul e onde o clube exiba um cartaz com as palavras "Não ao Racismo".
A luta contra o racismo é uma das principais prioridades da UEFA, segundo reiterou seu presidente, Michel Platini, em diversas ocasiões. O presidente da UEFA afirmou que se sente "indignado pelos incidentes racistas ocorridos nas semanas recentes" e chamou as associações membro e o poder público a aplicar uma política de tolerância zero e sancionar os culpados.
Durante um jogo da liga espanhola, há algumas semanas, um torcedor da partida entre Villarreal e Barça atirou uma banana a Daniel Alves. Posteriormente, torcedor levou uma multa de 6.000 euros - cerca de 18.000 reais - (e o clube teve de pagar 12.000, cerca de 37.00 reais) por parte do Comitê de Competição. Nunca antes na Espanha se fechou o cerco, nem total e nem parcialmente, para este tipo de incidentes, ao invés do acontecido em outros países europeus como Inglaterra ou Itália.
Em fevereiro, o CSKA de Moscou foi sancionado pelo comportamento racista de seus torcedores. O time russo deverá jogar sua próxima partida a portas fechadas e teve que pagar uma multa de 50.000 euros (152.000 reais) depois que alguns torcedores mostraram símbolos racistas e de extrema direita durante a partida da Liga dos Campeões contra o Viktoria Plzen checo no dia 10 de dezembro.
A UEFA também sancionou o Apollon Limassol pelos incidentes na partida da Liga Europa do dia 12 de dezembro contra o Legia de Varsovia, quando os torcedores chipriotas dedicaram cantos racistas ao jogador Hassamo Junior Dossa Momade Omar da equipe polonesa. O organismo europeu ordenou o fechamento parcial do estádio do Apollon na próxima partida da competição europeia, em concreto nos setores localizados a ambos lados do túnel de acesso ao campo.
A Itália teve vários incidentes racistas que também foram sancionados. Esse foi o caso do Roma, que foi sancionado com uma multa de 50.000 euros. Balotelli foi objeto de gritos racistas e imitações de macaco. Os jogadores Kevin-Prince Boateng e Sulley Muntari também foram objetos de deboche.
Todas as formas de conduta racista são consideradas ofensas graves contra o regulamento disciplinar e são duramente castigadas, acrescenta o comunicado do organismo que rege o futebol europeu. Depois da entrada em vigor do novo regulamento disciplinar, no dia 1 de junho de 2013, a luta contra as condutas racistas deu um passo a mais, e as multas são bem mais duras para esses tipos de comportamentos.
A UEFA aprovou em 2013 que o racismo devia ser castigado ao menos com o fechamento parcial do estádio desde a primeira infração e até o fechamento total e multas de 50.000 euros caso se repitam os atos de racismo, e que é responsabilidade da cada país adequar seus regulamentos. Na Espanha são o Comitê de Competição em primeiro lugar, e a Comissão Antiviolência em segundo os encarregados das multas.