A economia dos EUA contrai 1% no primeiro trimestre devido às nevascas
A segunda leitura supõe uma forte redução em relação ao anêmico 0,1% divulgado há em um mês
A taxa de crescimento dos Estados Unidos no primeiro trimestre conseguiu ser ainda pior. A segunda leitura do indicador dá agora uma contração da atividade econômica de 1% entre janeiro e março, frente à já muito pobre expansão anualizada de 0,1% antecipada em uma avaliação preliminar feita há um mês. A comparação é ainda pior quando se cruza com os 2,6% do quarto trimestre de 2013 e os 4,1% do terceiro. Mesmo assim, é esperada uma melhora substancial passado o rígido inverno.
A atividade econômica norte-americana freou inesperadamente no início de 2014, até o ponto de apresentar o seu pior rendimento em três anos e o primeiro negativo desde o começo de 2011. Na comparação com o último trimestre de 2013, a contração é de 0,25%. Esperava-se um retrocesso nesta primeira revisão, mas não tão substancial, de meio ponto percentual em uma taxa anualizada. O motivo dessa forte redução é explicado por uma queda de 5% nos investimentos no setor imobiliário, que antes serviu como motor de propulsão, e de 1,6% no empresarial.
Também pesou a balança comercial -agora se fala de uma perda de 6% nas exportações, enquanto as importações cresceram 0,7% em vez de caírem 1,4%, como se dizia há um mês. Os estoques recuaram. O consumo subiu 3,1%, mas pelo efeito nos gastos em saúde do novo programa Obamacare e com o que se destinou à calefação.
É a segunda contração registrada desde o fim da crise. Os EUA estão crescendo em um ritmo médio de 2% desde o final da recessão, há cinco anos. É uma expansão moderada, abaixo do potencial, e irregular. O frio intenso e as nevascas complicaram ainda mais as coisas no início do ano. Os analistas esperam, no entanto, que até o final de 2014 se cresça alguns décimos acima de 3% e que essa trajetória se mantenha no ano seguinte.
Para o Federal Reserve (banco central norte-americano), os dados do primeiro trimestre já são águas passadas, apesar de o recuo ter sido muito maior do que se previa. O processo de retirada de estímulos continua e estará desmantelado até o fim do ano. Agora está se comprando dívida pública e hipotecária no valor de 45 bilhões de dólares mensais, a intensidade com que teve início a terceira etapa em setembro de 2012. A primeira alta nas taxas de juro chegará em um ano.
O Fed está convencido de que o golpe no arranque de 2014 é "temporário". A ata da última reunião de abril, de fato, mostra que os integrantes do comitê do banco central já debatem os diferentes mecanismos para se voltar à normalidade monetária. No entanto, não há nenhuma decisão tomada a respeito e o que prima é mensagem lançada a Wall Street sobre as suas intenções, conforme vai se aproximando o momento da primeira elevação.
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