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O guia Michelin terá uma edição brasileira

O diretor da famosa publicação internacional anuncia que em 2015 lançará uma edição no Brasil, dedicada a São Paulo e ao Rio de Janeiro

Rosa Rivas
O chef Alex Atala, do D.O.M.
O chef Alex Atala, do D.O.M.

A América Latina contará por fim com um guia Michelin. A companhia de pneus acaba de anunciar, através de um comunicado, que o diretor geral da publicação, Michael Ellis, manifesta a sua satisfação por responder a um pedido dos protagonistas da cozinha emergente dessa região e confirma que “já há inspetores do guia explorando o panorama gastronômico brasileiro”. A primeira edição sul-americana da coleção internacional do famoso guia vermelho estará dedicada às cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Será lançada em março de 2015, com uma seleção dos melhores restaurantes e hotéis destas duas metrópoles.

“Os leitores do guia, seja qual for seu orçamento ou seu gosto, poderão conhecer a diversidade da cozinha brasileira, enraizada em uma rica herança culinária e com uma larga gama de ingredientes locais de altísima qualidade”, assinala Michael Ellis. E destaca “o constante desenvolvimento nos últimos anos” da cena gastronômica brasileira, “liderada por criativos cozinheiros”, e a atração que está produzindo em outros cozinheiros “curiosos e interessados em descobrir produtos, tradições e estilos culinários únicos”. O responsável pelos guias Michelin reconhece que cidades como Rio de Janeiro e São Paulo abrigam numerosos restaurantes atraentes para os comensais exploradores de novidades. “Ambas as cidades compartilham de uma criatividade e uma abertura cultural que as convertem em uns dos focos gastronômicos mais dinâmicos do mundo”.

A chef do Maní, Helena Rizzo.
A chef do Maní, Helena Rizzo.

Para apontar na agenda dos gastrônomos, em São Paulo: nomes como Alex Atala (D.O.M.), Helena Rizzo (Maní), Rodrigo Oliveira (Mocotó), Alberto Landgraf (Epice), Jefferson Rueda (Attimo), André Mifano (Vito), Tsuyoshi Murakami (Kinoshita)…

No Rio de Janeiro: Roberta Sudbrack (Sudbrack), Pedro de Artagão (Irajá Gastro), Thomas Troisgros (Olympe), Paolo Lavezzini (Fasano ao Mare)…

O guia Michelin foi publicada pela primeira vez em 1900. Hoje, existem 24 guias que cobrem 24 países em quatro continentes. No entanto, havia um buraco no continente americano. Embora diversas cidades dos Estados Unidos (Nova York, San Francisco, Chicago) tenham o guia, dado o potencial e a fama de seus cozinheiros, a revolução culinária que há anos está surpreendendo o mundo e atraindo turismo gastronômico ao México, Peru e Brasil (sem esquecer as emergentes cozinhas do Chile e Colômbia), não vê refletido esse impacto na prestigiosa publicação francesa. Reconhecidos chefs líderes como o mexicano Enrique Olvera, o peruano Gastón Acurio ou o brasileiro Alex Atala receberam prêmios de publicações de tendências como a lista Restaurant, e estão bem posicionados – assim como outros colegas de seus territórios- entre os 50 melhores restaurantes do mundo. Helena Rizzo foi eleita neste ano pela Restaurant a melhor chef da América Latina. Mas a todos ainda falta uma estrela do guia Michelin.

Prato com palmito de Alex Atala.
Prato com palmito de Alex Atala.

“Países como o México, Venezuela, Peru e Brasil deveriam ser incluídos no Michelin”, pediu em 2012, durante o evento gastronômico internacional Madrid Fusión um dos representantes da nova cozinha mexicana, Daniel Ovadía. “Existem muitos bons restaurantes nestas regiões. Este tipo de publicações fazem com que suba o nível gastronômico de um país. É verdade que o melhor reconhecimento é o do público, mas não nos importaríamos em ter alguma estrela”, afirmou o chef.

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